Bolsonaro Defende Anistia em Brasília e Desafia STF: “Se o Congresso Aprovar, Ninguém Pode Interferir”

Bolsonaro Defende Anistia em Brasília e Desafia STF: “Se o Congresso Aprovar, Ninguém Pode Interferir”

Durante ato em Brasília, ex-presidente reitera apoio à anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, desafiando a posição do Supremo Tribunal Federal.

Em um ato realizado na capital federal na última quarta-feira, 7, Jair Bolsonaro fez questão de comparecer, mesmo desobedecendo uma recomendação médica, para novamente reforçar sua defesa pela anistia dos envolvidos nos atos do 8 de janeiro. Em cima de um carro de som, o ex-presidente declarou que, caso o Congresso aprove o projeto que livra da punição os responsáveis pelos ataques extremistas, nenhuma outra instituição do governo poderá contestar essa decisão.

“A anistia é uma prerrogativa política do Parlamento brasileiro. Se eles votaram, não cabe a ninguém questionar, é preciso respeitar a vontade do Congresso, que representa o povo”, afirmou Bolsonaro.

Esse discurso claramente mira a posição do Supremo Tribunal Federal (STF), cujos ministros têm se mostrado firmemente contra a anistia. Um levantamento da USP estimou a presença de cerca de 4 mil pessoas no evento, que aconteceu no centro de Brasília.

Bolsonaro também expressou surpresa pela adesão de tantos manifestantes em plena quarta-feira. “Quem esperava um público como esse em Brasília, no meio da semana? A presença de vocês aqui confirma que estamos no caminho certo”, disse, visivelmente animado.

O evento, que marcou a primeira manifestação bolsonarista na cidade após os ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, teve como tema central a defesa do perdão para os condenados pelos atos violentos. Logo após o discurso de Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia anunciou que a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara havia aprovado um projeto que suspende a ação penal do STF contra o deputado Alexandre Ramagem, outro aliado de Bolsonaro, que também é réu na mesma investigação. O projeto ainda precisa ser aprovado pelo plenário da Câmara.

No decorrer da manifestação, enquanto os apoiadores seguiam da Torre de TV até o Congresso, outros políticos também se revezaram nos discursos. A primeira-dama Michelle Bolsonaro aproveitou a ocasião para mencionar dois ministros do STF, Gilmar Mendes e Luiz Fux. Ela usou o voto de Gilmar, que havia libertado a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro, Adriana Ancelmo, como base para defender a liberdade de Débora dos Santos, condenada a 14 anos de prisão e envolvida nos ataques de 8 de janeiro, atualmente cumprindo prisão domiciliar.

Michelle questionou: “Por que a balança da justiça pesa para um lado só? Débora, que tem dois filhos pequenos, pode ser levada de volta à prisão, mas a justiça foi mais branda para outros”, desafiando a desigualdade nas decisões judiciais.

Em um discurso breve, Malafaia também se alinhou com a defesa de Bolsonaro, afirmando que a anistia é um direito exclusivo do Congresso, sem espaço para interferência do STF. “O Supremo pode até condenar, mas a partir daí é o Congresso quem tem a palavra”, afirmou o pastor.

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