Bolsonaro e a Suposta Fraude no Cartão de Vacina: PGR Pede Arquivamento da Investigação

Sem provas suficientes, Gonet defende fim do caso no STF

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento da investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre suposta fraude na inserção de dados falsos em certificados de vacinação contra a Covid-19. Para Gonet, não há provas concretas que sustentem uma denúncia contra Bolsonaro, já que a única acusação direta partiu da delação de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.

Em seu parecer, Gonet enfatizou que, para uma acusação formal, a delação de um colaborador deve ser corroborada por outras evidências. Ele também destacou que o caso do cartão de vacina difere do inquérito sobre tentativa de golpe de Estado, no qual a Polícia Federal apresentou provas independentes que respaldam os depoimentos.

A decisão final agora está nas mãos do STF, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que pode aceitar o arquivamento ou solicitar novas diligências. A expectativa, no entanto, é que o pedido da PGR seja aceito, encerrando essa frente de investigação contra o ex-presidente.

Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal em março de 2024 por associação criminosa e inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde. No entanto, segundo Gonet, não há evidências de que os certificados falsificados tenham sido usados, e as informações adulteradas foram removidas poucos dias após a inserção.

Lideranças da oposição, como o deputado federal Zucco (PL-RS), comemoraram o pedido de arquivamento, alegando que as acusações contra Bolsonaro não passavam de uma tentativa de criminalizar a principal liderança da direita no Brasil.

Com essa possível reviravolta, Bolsonaro se livra, ao menos temporariamente, de mais uma frente judicial, mas segue como réu no caso dos atos golpistas de 8 de janeiro.