
Bolsonaro e Valdemar se reencontram após decisão do STF e discutem PL da Anistia
Ex-presidente se reúne com aliados em Brasília e projeta ato de um milhão de pessoas na Avenida Paulista
Após mais de um ano sem contato por determinação judicial, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, voltaram a se encontrar publicamente nesta quarta-feira (12). O reencontro aconteceu em uma churrascaria em Brasília e marca uma nova fase da articulação política da sigla, que tem como foco a aprovação do Projeto de Lei da Anistia antes das eleições de 2026.
“O PL da Anistia para nós é prioridade. Todos os partidos, com exceção da esquerda, estão do nosso lado ou muito favoráveis”, declarou Bolsonaro durante o encontro.
A restrição de contato entre Bolsonaro e Valdemar havia sido imposta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em meio às investigações da tentativa de golpe de Estado em 2022. Na última terça-feira (11), Moraes revogou a medida, permitindo que os dois voltassem a dialogar.
Mobilização política e expectativas para o ato na Paulista
Com a retomada do contato, Bolsonaro e Valdemar planejam intensificar a mobilização da base bolsonarista. “Agora vamos conversar todos os dias sobre política, e as bombas eu jogo todas na mão do Bolsonaro”, afirmou Valdemar.
O almoço contou também com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, senadores e deputados aliados, como Rogério Marinho (PL-RN), Carlos Portinho (PL-RJ) e Eduardo Pazuello (PL-RJ), além do ex-ministro Onyx Lorenzoni.
Bolsonaro ainda comentou sobre o ato previsto para domingo (16), na Avenida Paulista, e disse esperar até um milhão de pessoas. O evento terá como principal pauta a defesa do PL da Anistia, projeto que visa livrar aliados de punições relacionadas aos atos golpistas de 2022.
Apoios e disputa interna no Congresso
Antes do encontro em Brasília, Bolsonaro passou por São Paulo, onde encontrou o presidente do PSD, Gilberto Kassab. O ex-presidente afirmou que pediu apoio da legenda ao PL da Anistia e que Kassab teria demonstrado simpatia à proposta, embora tenha liberado os parlamentares para votarem como quiserem.
Bolsonaro também abordou a resistência do governo e do STF à indicação de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Questionado sobre as críticas devido à proximidade de Eduardo com Donald Trump, o ex-presidente ironizou: “O Eduardo é amigo do Trump. Queria que fosse amigo de quem? Do Maduro? Isso é crise? É solução”, afirmou.
Fonte e Créditos: Estadão