Bolsonaro entra em campanha contra Lula usando crise no INSS como munição
Com slogan provocativo, vídeo do ex-presidente será carro-chefe de ofensiva da oposição que tenta responsabilizar o governo por descontos indevidos em aposentadorias
Jair Bolsonaro voltou ao centro do palco político nesta terça-feira (13), ao gravar em Brasília um vídeo para uma campanha massiva organizada pela oposição, que busca desgastar o governo Lula em meio ao caos envolvendo o INSS. O ex-presidente, mesmo fora do cargo, mostra que segue afiado no discurso e pronto para capitalizar politicamente sobre o sofrimento dos aposentados.
A campanha, que deve ir ao ar ainda este mês, gira em torno do lema direto e provocador: “Aposentadoria é sagrada. Quem rouba, não cuida.” A frase, cunhada estrategicamente para atingir o coração (e o bolso) da população, é obra da dupla Duda Lima — marqueteiro de confiança do bolsonarismo — e Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência. Ambos estão por trás de antigas ações de impacto da era Bolsonaro e agora voltam com força total.
O projeto vai além da propaganda. Parlamentares da oposição, principalmente os bolsonaristas, devem aproveitar o momento para oferecer ajuda prática aos aposentados afetados pelos descontos indevidos, criando pontos de atendimento nos estados e reforçando a narrativa de que o atual governo está negligenciando os mais velhos.
Segundo fontes ligadas à articulação da campanha, a ideia é transformar a crise do INSS num símbolo do “abandono” promovido pelo governo. O vídeo de Bolsonaro é a peça-chave dessa estratégia — uma tentativa de personificar o descontentamento popular e empurrar a culpa diretamente para o Palácio do Planalto.
Essa movimentação vem em meio a uma série de críticas à condução da Previdência, agravadas por relatos de filas, fraudes e cobranças indevidas. No fundo, o que se desenha é um novo capítulo da batalha política entre lulistas e bolsonaristas, onde o campo de disputa é a aposentadoria — um direito que, para muitos brasileiros, já virou sinônimo de humilhação.
A oposição, ao que tudo indica, aposta alto: transformar a dor dos aposentados em bandeira eleitoral, mirando as eleições municipais e os desgastes acumulados do governo federal.
