Bolsonaro ironiza julgamento no STF e compara com Brasil x Argentina
Ex-presidente diz que no seu caso “o juiz já apita contra antes do jogo começar”
No dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar a denúncia sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recorreu ao futebol para criticar o processo. Em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), nesta terça-feira (25), ele ironizou o ministro Alexandre de Moraes e comparou sua situação ao confronto entre Brasil e Argentina, válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.
“Brasil e Argentina em campo hoje às 21h no Monumental de Núñez. Vamos torcer para que nossos garotos tragam a vitória. Já no meu caso, o juiz apita contra antes mesmo do jogo começar… e ainda é o VAR, o bandeirinha, o técnico e o artilheiro do time adversário, tudo numa pessoa só”, escreveu Bolsonaro.
O ex-presidente chegou ao Supremo por volta das 9h25 para acompanhar a sessão e fez a postagem de dentro do tribunal, sentado na primeira fila ao lado de seus advogados. O julgamento ocorre na Primeira Turma do STF, que conta com os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin (presidente), Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
O julgamento e os acusados
A Corte reservou três sessões para o julgamento: a primeira às 9h30 desta terça-feira, a segunda às 14h e uma terceira, caso necessária, na manhã de quarta-feira (26). Os ministros analisam a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e sete aliados, apontados como integrantes do chamado “Núcleo Crucial” da suposta tentativa de golpe.
Além do ex-presidente, estão na lista dos investigados o deputado federal Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general da reserva Augusto Heleno, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto.
O julgamento pode definir se Bolsonaro e seus aliados se tornarão réus no caso, dando sequência ao processo. Enquanto isso, o ex-presidente segue sustentando que é vítima de perseguição política e que o objetivo do STF é tirá-lo das eleições presidenciais de 2026.
