Bolsonaro joga holofote em Tarcísio e promete “aulas particulares” sobre o jogo político

Bolsonaro joga holofote em Tarcísio e promete “aulas particulares” sobre o jogo político

Durante evento ao lado do governador de SP, ex-presidente volta a cutucar a inelegibilidade, diz que eleição sem ele é “negação da democracia” e insinua apoio a Tarcísio com Michelle na vice em 2026

Durante participação na Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne), nesta terça-feira (17), o ex-presidente Jair Bolsonaro aproveitou o palco ao lado de Tarcísio de Freitas para dar um recado político carregado de insinuações sobre 2026. Mesmo inelegível, Bolsonaro falou como mentor e puxador de fila: destacou a importância de preencher espaços com “bons nomes” para evitar que “gente ruim” tome conta, e elogiou o governador de São Paulo como alguém com “95% do caminho já aprendido” na política.

“Falta só 5%. Depois eu dou umas aulas particulares para ele. Ou talvez ele já tenha aprendido com o Kassab”, disse Bolsonaro, arrancando risos e reforçando seu papel de tutor informal do pupilo.

Apesar de Tarcísio repetir que não pretende disputar a Presidência, os bastidores andam aquecidos. Segundo o próprio Bolsonaro, ele estaria disposto a apoiá-lo como cabeça de chapa, tendo Michelle Bolsonaro como vice. O gesto sugere uma tentativa de manter o “bolsonarismo” vivo mesmo fora das urnas.

O ex-presidente também se vitimizou, dizendo que foi o “mais perseguido” da história e classificando uma eleição sem sua presença como uma “negação da democracia”. Para ele, o Brasil ainda pode mudar — desde que o voto seja movido pela razão, e não pela emoção.

Ao se dirigir ao secretário de Governo de SP, Gilberto Kassab, Bolsonaro afirmou que só precisa de 50% da Câmara dos Deputados para promover mudanças no Brasil — o resto poderia ficar com aliados como PSD e PR.

Tarcísio, por sua vez, adotou o tom de gratidão. Disse que Bolsonaro “mudou a lógica” ao montar seu governo sem seguir cartilhas partidárias, e agradeceu por ter sido escolhido como ministro da Infraestrutura. Chamou o ex-presidente de “referência” e afirmou que ele ainda tem muito a contribuir com o país.

Ao final do evento, Tarcísio também elogiou seu vice, Felício Ramuth, e o presidente da Alesp, André do Prado, destacando que São Paulo tem liderado pautas como reforma administrativa e financiamento do SUS. Não por acaso, esses nomes — junto com o prefeito Ricardo Nunes e o próprio Kassab — já são ventilados como possíveis substitutos do governador, caso ele realmente se lance à corrida presidencial.

Enquanto isso, Bolsonaro segue orbitando o centro da direita, mesmo fora do jogo oficial. E parece disposto a mexer as peças no tabuleiro de 2026 — mesmo que por controle remoto.

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