
Bolsonaro reage a aliados que desdenharam Michelle: “Ela era quem segurava as pontas, diferente da Janja”
Mensagens reveladas mostram ex-ajudante Mauro Cid dizendo preferir Lula a Michelle como candidata em 2026. Bolsonaro ficou incomodado e disse que vai tratar do assunto com Valdemar Costa Neto.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não deixou passar em branco a polêmica que veio à tona nesta sexta-feira (16). Após o vazamento de mensagens entre o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, nas quais o nome de Michelle Bolsonaro foi ironizado como possível candidata à Presidência em 2026, Bolsonaro saiu em defesa da esposa.
Cid afirmou, em tom de deboche, que preferia Lula a Michelle, comentário que foi endossado por Wajngarten. As mensagens, trocadas em janeiro de 2023 e reveladas pelo portal UOL, incomodaram o ex-presidente, que desabafou em entrevista ao Metrópoles.
— Ao contrário da atual primeira-dama, Michelle era quem colocava ordem na casa. E por isso alguns não gostavam dela. Mas essa troca de mensagens é inaceitável, ainda mais naquela época, quando eu ainda estava elegível. Um falou bobagem, o outro concordou. Vou conversar com o Valdemar sobre isso — afirmou Bolsonaro, mencionando o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Na conversa revelada, Cid reage com um “Prefiro o Lula, hahahaha” ao ser informado por Wajngarten de que o PL cogitava lançar Michelle como opção caso Bolsonaro fosse barrado pela Justiça Eleitoral. Wajngarten respondeu com um “Idem”.
O tom de desprezo em relação a Michelle continuou em mensagens seguintes. Quando surgiu a notícia de que ela receberia R$ 39 mil do PL, Cid chegou a gravar um áudio dizendo que Michelle seria “destruída” caso entrasse na política, alegando que ela teria uma personalidade vulnerável e que “muita coisa” poderia ser usada contra ela.
— Se a dona Michelle tentar um cargo alto, ela vai ser detonada. Não que ela tenha sujeira, mas a personalidade dela… vão usar tudo contra — disse Cid.
Em outro momento, Wajngarten também relatou ter questionado Bolsonaro sobre uma possível candidatura de Michelle ao Senado, temendo que isso gerasse um turbilhão de manchetes negativas.
Nem Michelle nem a defesa de Cid quiseram comentar o caso. Já Wajngarten, ao ser procurado, disse que na época jamais imaginava a ex-primeira-dama como candidata a qualquer cargo.
A revelação causou novo mal-estar dentro do PL, escancarando a tensão nos bastidores e a resistência de alguns nomes próximos a Bolsonaro à ideia de Michelle ganhar protagonismo político.