Bolsonaro reage ao aumento do IOF e articula com o PL para barrar medida de Lula
Ex-presidente critica elevação de imposto e busca apoio político para frear reajuste que o governo acabou recuando após pressão
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se posicionar contra o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) proposto pelo governo Lula, afirmando que o país já não suporta mais a escalada constante da carga tributária. Ele revelou que está em diálogo com lideranças do Partido Liberal para tentar impedir a aprovação da medida.
Na última quinta-feira (22), o governo anunciou um decreto que aumentava o IOF, imposto que incide sobre operações de crédito, câmbio e seguros, gerando forte reação negativa no mercado financeiro — o Ibovespa recuou e o dólar subiu 0,32%. Com a pressão, o governo acabou recuando em parte da proposta.
Bolsonaro criticou duramente a tentativa do governo, afirmando nas redes sociais que o aumento desestimula investimentos e encarece o crédito. Segundo ele, a equipe de Lula, na ânsia de arrecadar mais, inverteu uma política gradual de redução do IOF que vinha sendo aplicada desde 2022, quando o governo Bolsonaro havia estabelecido um cronograma para baixar a alíquota até zerá-la em 2028.
Na manhã desta sexta-feira (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a mudança era pontual e que o governo decidiu recuar após ouvir o mercado. Haddad explicou que o pacote de medidas para ajustar as contas públicas gira em torno de R$ 50 bilhões, e que o reajuste do IOF era apenas uma pequena parte, revista para evitar interpretações erradas sobre as intenções do Ministério da Fazenda.
A articulação política de Bolsonaro com o PL mostra a força da oposição em tentar frear medidas fiscais do governo, em um cenário onde o aumento de impostos é sempre alvo de forte resistência popular e política.
