
Bolsonaro Reconhece Exagero ao Falar de Prisão e Reforça Prioridade no Senado
Ex-presidente também defendeu a criação de uma “superbancada” no Senado para combater o Supremo e criticou os atos de 8 de janeiro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu que exagerou em sua declaração sobre prisão, quando afirmou, na véspera, que “caguei para a prisão”. A frase polêmica foi dita em meio às investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre os eventos do golpe, aos quais ele é vinculado. Ao encerrar um seminário do PL sobre comunicação digital em Brasília, o ex-presidente fez um discurso mais comedido, explicando: “Ontem (anteontem) eu exagerei um pouquinho, dizendo que estou ‘assim’ para uma possível prisão. Mas, às vezes, a gente acaba dando uns coices por aí.”
Bolsonaro enfrenta sérias acusações e, caso seja condenado, poderá cumprir mais de 43 anos de prisão. Durante seu discurso de 25 minutos, ele se emocionou ao assistir a um vídeo com depoimentos de seus filhos, incluindo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Carlos, único filho presente no evento, também se emocionou e relembrou sua trajetória política. “Não sabia onde estava me metendo. Comecei na política porque amava uma pessoa (Bolsonaro), fiz uma tatuagem no meu braço com 17 anos e ele me deu a chance de ser candidato a vereador”, disse Carlos, visivelmente emocionado.
Ainda no evento, Bolsonaro defendeu a criação de uma “superbancada” no Senado em 2026, com o objetivo de enfrentar a atuação de membros do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente o ministro Alexandre de Moraes, a quem ele criticou diretamente. Moraes, que é o relator das investigações contra o ex-presidente, tornou-se o principal alvo do bolsonarismo.
Bolsonaro reiterou que o Senado se tornou uma prioridade para a direita, pois é a Casa responsável por julgar pedidos de impeachment contra ministros do STF. “No ano que vem, vocês vão me dar mais de 50% na Câmara e no Senado. Vamos voltar. Vamos investir em uma bancada grande no Senado, que não vai perseguir ninguém, mas será forte para quem quiser extrapolar suas funções”, declarou ele ao público.
O ex-presidente também tentou se distanciar dos atos violentos de 8 de janeiro de 2023, quando seus apoiadores invadiram os prédios dos Três Poderes em Brasília. Bolsonaro afirmou que não tinha qualquer envolvimento com os ataques: “Me colocaram no processo como se eu tivesse participado. Não existe sequer uma mensagem minha. Aquilo surpreendeu a todos”, concluiu.