Bolsonaro se diz vítima de perseguição e tenta se blindar contra julgamento no STF
Ex-presidente alega motivação política e nega envolvimento em tentativa de golpe
O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou como “a maior perseguição político-judicial da história do Brasil” o julgamento que pode torná-lo réu por tentativa de golpe de Estado. Em uma mensagem divulgada nesta terça-feira (25), ele afirmou que o processo tem o objetivo claro de impedir sua candidatura em 2026 e criticou a participação dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin, a quem chamou de “desafetos conhecidos”.
Bolsonaro desembarcou em Brasília pela manhã e acompanha de perto o julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que analisará a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A Corte reservou três sessões para decidir se o ex-presidente e outros sete investigados se tornarão réus no caso.
Defesa tenta afastar acusações
Na mensagem, Bolsonaro negou qualquer envolvimento na tentativa de golpe e afirmou que sua vida foi devassada de forma injusta. Ele alegou que nunca cogitou romper com a democracia e justificou sua ida aos Estados Unidos após o fim do mandato como uma medida para evitar conflitos. “Não estava em Brasília no dia 8 de janeiro. Não há qualquer prova contra mim”, declarou.
O ex-presidente também denunciou o que chamou de “processo arbitrário”, criticando delações premiadas e a falta de acesso integral aos autos por parte de sua defesa. Ele mencionou a delação de Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, afirmando que o conteúdo teria sido alterado diversas vezes.
‘A democracia prevaleceu’, diz Bolsonaro
Apesar das críticas, Bolsonaro afirmou confiar na Justiça e reiterou que a democracia foi preservada com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. “Mesmo assim, querem me condenar. Sabem que, se eu disputar em 2026, vencerei e colocarei o Brasil no rumo certo”, declarou.
O julgamento prossegue nesta terça-feira, com possibilidade de desdobramentos decisivos nos próximos dias.
