
Bolsonaro segue na UTI, mas se recupera bem após cirurgia delicada
Médicos afirmam que ex-presidente está consciente, sem dor e já começou a se movimentar com ajuda, mas alta ainda não tem data definida
O ex-presidente Jair Bolsonaro permanece internado na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, após uma cirurgia complexa que durou mais de 12 horas no domingo. Segundo boletim médico divulgado nesta segunda-feira, ele apresenta uma recuperação satisfatória: está consciente, sem dor e sem sinais de sangramento.
A equipe responsável informou que Bolsonaro já conseguiu se sentar no leito e iniciou a movimentação assistida — um passo importante no processo de recuperação. Ainda assim, não há previsão de quando ele poderá deixar a UTI.
De acordo com o boletim, a cirurgia envolveu a retirada de aderências abdominais (bridas) e uma reconstrução da parede abdominal, consequências das múltiplas intervenções cirúrgicas anteriores e da facada sofrida em 2018. Os médicos destacaram que o quadro clínico exigiu uma abordagem cautelosa, já que o abdômen de Bolsonaro se tornou um ambiente “hostil” devido às cicatrizes internas acumuladas.
“Foi preciso cerca de duas horas só para acessarmos a parede abdominal. O intestino estava em sofrimento, o que indica que ele vinha lidando com esse quadro há algum tempo”, explicou o cirurgião Cláudio Birolini, chefe da equipe médica. Segundo ele, a expectativa é que Bolsonaro permaneça internado por pelo menos duas semanas, com uma recuperação total que pode levar até três meses.
O cardiologista Leandro Echenique também frisou que, apesar do sucesso da operação, o pós-operatório será exigente. “Ele está estável, mas o risco de complicações como infecções ou trombose é real, e exige atenção constante”, afirmou.
Michelle Bolsonaro, que havia dito nas redes sociais que o marido estava indo para o quarto, na verdade se referia ao deslocamento do centro cirúrgico para o quarto dentro da própria UTI, segundo explicação dos médicos.
Por enquanto, Bolsonaro segue recebendo alimentação por via intravenosa e sob monitoramento contínuo. A equipe médica ressalta que novas aderências podem surgir, o que é esperado nesse tipo de caso, mas, por ora, não há necessidade de uma nova cirurgia.