“Bolsonaro Só Pensava no PL Depois da Derrota”, Diz Marinho ao STF

“Bolsonaro Só Pensava no PL Depois da Derrota”, Diz Marinho ao STF

Senador afirma que ex-presidente nunca falou em golpe nas conversas pós-eleição, apenas discutia os rumos do partido

O senador Rogério Marinho (PL-RN) afirmou, nesta segunda-feira (2/6), que Jair Bolsonaro nunca mencionou qualquer intenção de dar um golpe de Estado nas reuniões que teve com ministros e aliados depois da derrota nas eleições de 2022. Segundo ele, o ex-presidente estava focado apenas em assuntos internos do Partido Liberal (PL) e na reorganização da sigla para o futuro.

Marinho depôs como testemunha de defesa de Bolsonaro no processo que investiga uma suposta trama golpista para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O caso é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante o depoimento, Marinho garantiu que, em nenhum momento, Bolsonaro sinalizou qualquer plano de ruptura institucional. Segundo ele, as conversas giravam apenas em torno de como seria o PL no cenário pós-governo. “O papo era sobre o futuro do partido, como iríamos nos reorganizar. Nunca houve, nem de longe, qualquer fala sobre golpe”, afirmou o senador.

Ele também destacou que, apesar da insatisfação com a derrota — que foi apertada —, Bolsonaro estava mais preocupado em evitar radicalizações. “Ele pedia para que não houvesse bloqueios de rodovias, justamente para não prejudicar a economia e nem atrapalhar a transição. A preocupação era manter a civilidade, mesmo com toda a frustração da derrota”, disse Marinho.

STF Dá Início aos Interrogatórios da Ação Penal do Golpe

O ministro Alexandre de Moraes marcou para o dia 9 de junho o início dos interrogatórios dos acusados no processo que apura a tentativa de golpe. No total, oito pessoas são réus na ação, incluindo Jair Bolsonaro, segundo denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os depoimentos começam com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e hoje colaborador da Justiça. Na sequência, serão ouvidos:

  • Alexandre Ramagem, deputado e ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa.

Os Crimes que Pesam Sobre Bolsonaro e Seus Aliados

Os réus respondem por uma lista pesada de acusações, entre elas:

  • Organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolir, de forma violenta, o Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado contra o patrimônio da União, com grave ameaça;
  • Deterioração de patrimônio público tombado.

As oitivas estão previstas para acontecer entre os dias 9 e 13 de junho, podendo se estender caso algum depoimento dure mais que o previsto. Os acusados terão a opção de ficar em silêncio ou responder aos questionamentos.

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