Bolsonaro vai depor no STF nesta semana em meio ao julgamento da suposta trama golpista

Bolsonaro vai depor no STF nesta semana em meio ao julgamento da suposta trama golpista

Oito investigados, incluindo o ex-presidente, serão interrogados pelo ministro Alexandre de Moraes; Bolsonaro diz que vai falar a verdade, sem “lacrar”

A partir desta segunda-feira à tarde, começa uma etapa decisiva no julgamento da suposta conspiração para um golpe de Estado: os oito réus do chamado “núcleo central” vão, pela primeira vez, enfrentar pessoalmente o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Entre eles está o ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem convocado seus seguidores a acompanharem o depoimento, que será transmitido ao vivo. Na sexta-feira, Bolsonaro afirmou que não pretende “lacrar” durante seu depoimento, mas sim apresentar sua defesa com sinceridade.

Os interrogatórios foram agendados para acontecer entre os dias 9 e 13 de junho. O primeiro a falar será o tenente-coronel Mauro Cid, que colabora com a Justiça. Após ele, os demais réus prestarão depoimento na ordem alfabética: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Este último está preso desde dezembro e participará por videoconferência, mas ao mesmo tempo que os demais.

Durante um evento do PL Mulher em Brasília, Bolsonaro ressaltou que seu depoimento “vale a pena assistir”. Ele reforçou que vai se defender com base na verdade, descartando qualquer intenção de provocar ou se exibir diante do tribunal.

— Não vou para lacrar, para crescer, nem para desafiar ninguém. Estarei lá com a verdade do nosso lado. Não fugimos de qualquer convocação, sabemos o que falar — afirmou o ex-presidente.

Embora Bolsonaro e Moraes já tenham estado na mesma sala em março, durante o julgamento da denúncia, naquela ocasião não houve interação direta entre eles. Agora, o interrogatório prevê contato direto, com Moraes conduzindo as perguntas.

Os réus têm o direito de permanecer em silêncio, já que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. A decisão sobre as datas foi anunciada por Moraes ao final das audiências com as testemunhas, quando 52 pessoas indicadas pela Procuradoria-Geral da República e pelas defesas foram ouvidas.

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