
BR-319 volta a ceder e deixa amazonenses presos na estrada
Acesso provisório se rompe novamente, causando filas de veículos e isolamento para quem depende da única ligação terrestre do Amazonas
Manaus (AM) – O trecho provisório da BR-319, instalado após a queda da ponte sobre o Rio Curuçá em 2022, cedeu mais uma vez e bloqueou a passagem de quem tenta sair de Manaus rumo a municípios vizinhos ou para o resto do país. A interrupção formou uma longa fila de pelo menos 2 km, com carros, ônibus, caminhões e pedestres parados, sem previsão de liberação.
A produtora rural Edileuza Menezes, 59 anos, que saiu cedo de Manaus para ir ao seu sítio em Autaz, acabou presa na fila desde as 6h de domingo (1º/6). Sem conseguir se alimentar durante todo o dia, ela resolveu ficar aguardando uma solução no local.
“Nós ficamos aqui até umas 10 horas sem nenhuma resposta. A BR-319 é esquecida, o Amazonas é esquecido. Estou só com água, aqui não tem nada para comprar ou vender”, desabafou Edileuza.
O trecho interditado tem sido um problema constante desde que a ponte original caiu em setembro de 2022. A alternativa provisória, feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), já apresenta sinais de desgaste. Embora a nova ponte esteja 75% concluída e prevista para ser entregue em setembro, o acesso temporário volta a causar transtornos para moradores, caminhoneiros e quem depende da estrada.
Outro preso na fila, o caminhoneiro Adriano Rodrigues, 46, contou que ficou mais de 24 horas parado, transportando uma carga de refrigerantes da Zona Franca de Manaus para Porto Velho.
Até o momento, o Dnit não respondeu aos pedidos de esclarecimento sobre a nova interrupção nem informou previsão para a reabertura do trecho.