
Braga Netto segue preso: STF mantém detenção preventiva após audiência de custódia
General é acusado de obstruir investigações e permanece sob custódia no Rio de Janeiro
A prisão preventiva do general Walter Braga Netto foi mantida neste sábado (14) pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi tomada durante uma audiência de custódia realizada por videoconferência.
O procedimento avaliou a legalidade da detenção e confirmou que Braga Netto seguirá detido no Comando da 1ª Divisão do Exército, localizado na Vila Militar de Deodoro, no Rio de Janeiro. A prisão preventiva, que não possui prazo definido, foi decretada com base em suspeitas de obstrução às investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado de 2022.
Obstrução e liderança no plano golpista
Segundo a Polícia Federal, o general teria atuado para obter informações sigilosas da delação do tenente-coronel Mauro Cid e compartilhá-las com outros investigados. Além disso, ele teria alinhado versões com aliados para dificultar o andamento do inquérito.
A Procuradoria-Geral da República, representada por Paulo Gonet, apontou “risco concreto” à investigação caso Braga Netto fosse libertado. O ex-ministro é um dos 40 indiciados por crimes como organização criminosa, golpe de Estado e abolição violenta do Estado de Direito, sendo citado 98 vezes no relatório da Polícia Federal como peça-chave no plano golpista.
Regras rígidas para visitas
Devido à gravidade das acusações, o general está impedido de receber visitas, incluindo familiares, sem autorização do STF. Apenas seus advogados têm acesso direto. A defesa de Braga Netto ainda não se pronunciou oficialmente sobre a manutenção da prisão.
A detenção de Braga Netto reafirma o avanço das investigações conduzidas pelo STF e pela Polícia Federal, que buscam esclarecer e responsabilizar os envolvidos nos atos golpistas que desafiaram a democracia brasileira.