“Branca, bonita e rica”: vereadora do Novo dispara fala elitista e causa revolta na Câmara
Ao se dirigir a servidores públicos, parlamentar sugere que sua aparência e condição social despertam incômodo — declaração é criticada, mas presidente da Câmara nega racismo
A sessão na Câmara Municipal de São Paulo foi interrompida por uma polêmica que escancarou o abismo entre representantes públicos e a população trabalhadora. A vereadora Cris Monteiro, do Partido Novo, ao ser questionada por servidores municipais durante uma discussão, reagiu com uma frase que caiu como uma bomba: “Eu sei que uma mulher branca, bonita e rica incomoda vocês.”
A fala, carregada de elitismo e racismo estrutural, provocou uma reação imediata de indignação entre os presentes. Servidores, parlamentares e parte do público se manifestaram contra o comentário, considerado ofensivo e discriminatório, principalmente por ter sido direcionado a uma plateia majoritariamente composta por pessoas negras e de baixa renda.
Apesar do desconforto generalizado, o presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), minimizou a gravidade do ocorrido e afirmou que “não houve racismo” na declaração da colega, o que gerou ainda mais revolta nas redes sociais e entre os movimentos sociais que acompanham a atuação do Legislativo paulistano.
A fala da vereadora expôs, mais uma vez, a desconexão entre parte da elite política e os desafios enfrentados por quem trabalha diariamente para manter a cidade funcionando. Para muitos, a frase sintetiza o preconceito velado — ou nem tão velado — que permeia as estruturas de poder no Brasil.
