Brasil e Argentina chegam a acordo de US$ 600 milhões para financiar exportações
No dia 28 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve um encontro com o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, no Palácio do Planalto, com o objetivo de debater formas inovadoras de financiar o comércio mútuo entre as duas nações.
Uma colaboração envolvendo o Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) poderia potencialmente viabilizar um acordo de financiamento de exportações no valor de US$ 600 milhões destinado ao país vizinho. No entanto, tal iniciativa necessita da aprovação do conselho gestor do CAF, que se reunirá em 14 de setembro.
Sob essa proposta, o Banco do Brasil se responsabilizará por garantir as exportações das empresas brasileiras, enquanto o CAF oferecerá uma contragarantia para o Banco do Brasil. A operação também tem o potencial de evitar a necessidade de recorrer ao Fundo Garantidor de Exportação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que a ideia visa restaurar o fluxo de comércio bilateral, além de assegurar as trocas de alimentos e peças de automóveis entre os dois países.
Durante sua viagem à África, Haddad havia encaminhado uma proposta ao governo argentino, visando garantir a continuidade das exportações. Sob o novo arranjo, quando um exportador brasileiro vender para a Argentina, o pagamento será realizado pelo Banco do Brasil, que receberá a garantia do CAF.
O presidente da Argentina, Sergio Massa, também destacou a conversa com Lula sobre o aumento das operações fluviais entre as nações, que foram interrompidas em gestões anteriores, além da renovação do acordo entre São Borja (Brasil) e Santo Tomé (Argentina). Em julho, o governo brasileiro renovou o contrato de concessão da ponte internacional que liga as duas cidades, mantendo a regularidade das operações e atendimento aos usuários.
Massa enfatizou que o acordo permitirá que a concessionária Mercovia S.A. continue administrando a ponte, um importante ponto de comércio entre os países, por mais 12 meses. Ele também mencionou o convite para que a Argentina se junte ao BRICS, uma iniciativa que surgiu graças ao presidente Lula, e que os argentinos compreenderam a relevância da parceria comercial entre as duas nações.