Brasil: Moraes rejeita novamente a liberação de mulher que pichou “Perdeu, Mané”

É inacreditável! O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou pela terceira vez a soltura de Débora Rodrigues dos Santos, a cabeleireira que teve a audácia de pichar a frase “Perdeu, Mané” na estátua da Justiça, em um ato de protesto durante os eventos de 8 de janeiro de 2023. O que estamos presenciando é uma verdadeira injustiça.

Prendida pela Polícia Federal quase dois meses após o ato, Débora escreveu essa frase em referência a uma resposta do ministro Luís Roberto Barroso a bolsonaristas que a hostilizaram durante uma viagem aos Estados Unidos. O que se segue é um espetáculo de excessos: Moraes a considera “perigosa para a sociedade” e as acusações que pesam sobre ela incluem desde associação criminosa até danos qualificados ao patrimônio público.

É revoltante que um ato de expressão — ainda que provocativo — seja tratado com tal severidade. A própria ideia de que a pichação de uma frase possa ser vista como uma ameaça à democracia é uma distorção que precisa ser debatida. É hora de refletir sobre até onde estamos dispostos a chegar na repressão às vozes discordantes. A resposta do Estado a esse tipo de manifestação deveria ser uma discussão civilizada, não prisões e acusações desproporcionais.

A indignação em relação a esse caso é um chamado para todos nós: precisamos nos perguntar que tipo de país queremos ser. É urgente exigir justiça e liberdade de expressão em um momento em que essas garantias estão sendo constantemente colocadas em risco.