Brasil não assina nota contra prisão de ativista pela ditadura de Nicolás Maduro
O Brasil optou por não assinar a nota conjunta emitida por países latino-americanos em repúdio à prisão da ativista de direitos humanos Rocío San Miguel pela ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela. A Argentina, Equador, Paraguai, Uruguai e Costa Rica foram os países que assinaram o comunicado divulgado na quinta-feira (15).
Na nota, os signatários expressaram “profunda preocupação” com as ações arbitrárias da ditadura de Maduro e exigiram a libertação imediata da ativista. O documento também repudiou as recentes medidas contra o Comitê de Assessoria Técnica do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Venezuela, exigindo o pleno respeito pelos direitos humanos, o Estado de Direito e a convocação de eleições transparentes, livres, democráticas e competitivas, sem proibições.
Apesar de Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula, ter expressado preocupação em entrevista, o governo brasileiro, aliado de Maduro, oficialmente optou por não assinar a nota dos países latino-americanos.
Rocío San Miguel, de 57 anos, é uma advogada e especialista venezuelana em assuntos militares, além de diretora da ONG Controle Cidadão. A prisão dela, ocorrida no Aeroporto Internacional de Maiquetía, é vista como uma mensagem do ditador a outras ONGs e lideranças da sociedade civil. Sua filha, de 24 anos, também foi presa e posteriormente liberada.