Brasil paga R$ 4,6 bilhões em dívidas com organismos internacionais
O Brasil quitou, em 2023, R$ 4,6 bilhões em compromissos financeiros com organismos internacionais, eliminando completamente a dívida com essas instituições, segundo informações dos Ministérios das Relações Exteriores e do Planejamento e Orçamento. Os recursos foram destinados à ONU, bancos multilaterais, fundos internacionais e diversas instituições.
Do total, R$ 2,7 bilhões correspondiam a valores em aberto em 31 de dezembro de 2022, enquanto os R$ 1,9 bilhão restantes eram compromissos do ano passado. O pagamento mais recente ocorreu em 21 de dezembro, com o governo quitando R$ 289 milhões em contribuições regulares à ONU e pagando R$ 1,1 bilhão em dívidas relacionadas a missões de paz.
O Brasil, ao zerar seus passivos com as Nações Unidas, garantiu o direito de voto na Assembleia Geral da ONU em 2024, ano em que o país preside o G20. O pagamento também envolveu órgãos como a Organização Internacional para as Migrações (OIM), Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO), Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) e Tribunal Penal Internacional (TPI).
Além disso, o Brasil saldou dívidas com organizações multilaterais como a Organização dos Estados Americanos (OEA), Organização Mundial do Comércio (OMC), Unesco, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Mundial da Saúde (OMS) e FAO.
O país também regularizou cerca de R$ 500 milhões em aportes para o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) e quitou outras dívidas com órgãos regionais, como a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) e o Parlamento do Mercosul (Parlasul). Contribuições para o Instituto de Políticas Públicas de Direitos Humanos (IPPDH) e a Secretaria do Tribunal Permanente de Revisão (TPR) também foram pagas.
O governo brasileiro destacou que a adimplência fortalece a imagem do país no cenário internacional, reafirma o compromisso com o multilateralismo e reforça a capacidade de atuação diplomática em prol dos interesses nacionais. O Orçamento de 2024 tornou obrigatórias as despesas com organismos internacionais, evitando futuras dívidas e conferindo mais previsibilidade à atuação internacional do Brasil.