Brasil vai sediar Copa do Mundo Feminina de futebol em 2027

Brasil vai sediar Copa do Mundo Feminina de futebol em 2027

Eleição ocorreu na manhã desta sexta-feira, na Tailândia

O Brasil foi escolhido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027. A eleição foi realizada nesta sexta-feira (17) durante o 74º Congresso da Fifa, em Bangcoc, Tailândia.

A candidatura brasileira venceu uma proposta conjunta de Alemanha, Bélgica e Holanda, obtendo 119 votos contra 78 da candidatura europeia. Esta será a primeira vez que o Brasil, que já sediou duas Copas do Mundo Masculinas, recebe o evento feminino.

Avaliação

A proposta do Brasil foi a mais bem avaliada pelos técnicos da Fifa, que realizaram uma vistoria em fevereiro e produziram um relatório de quase cem páginas. O Brasil recebeu uma nota quatro (de um máximo de cinco), enquanto a candidatura europeia obteve 3,7. O relatório, divulgado no início de maio, destacou os estádios selecionados e o apoio do Governo Federal à candidatura.

“Esta decisão da Fifa terá um grande impacto positivo no futebol feminino brasileiro e na vida de milhões de mulheres no Brasil. Além de investir na realização da Copa do Mundo, toda a cadeia produtiva do futebol feminino no Brasil e na América do Sul dará um imenso salto de desenvolvimento”, comemorou Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A delegação brasileira em Bangcoc incluiu as ex-jogadoras Aline Pellegrino (atual gerente de Competições Femininas da CBF) e Formiga (única a disputar sete Copas do Mundo), além da atacante Kerolin (da Seleção e do North Carolina Courage, dos EUA). Também integraram o grupo os consultores Ricardo Trade, Valesca Araújo, Jacqueline Barros e Manuela Biz, e o ministro do Esporte, André Fufuca.

“Gostaria de parabenizar todas as mulheres que trabalham e trabalharam, as Pioneiras [como são conhecidas as primeiras jogadoras da seleção feminina], as atletas da atualidade, por esta Copa do Mundo em 2027. Esta é uma vitória do futebol feminino. Tenho certeza de que podemos fazer a maior Copa do Mundo Feminina da história”, declarou Aline Pellegrino ao site da CBF.

“Dedico esta vitória aos nossos irmãos do Rio Grande do Sul, que certamente será um dos estados-sede da Copa Feminina de 2027. Reitero o compromisso do presidente Lula e do Governo Federal em ajudar a reconstruir o estado. Não mediremos esforços para que nosso povo se reerga rapidamente e possamos juntos comemorar outras vitórias do Brasil”, disse Fufuca na rede social X (antigo Twitter).

Calendário

A Copa Feminina de 2027 ocorrerá de 24 de junho a 25 de julho. Dez dos 12 estádios utilizados no Mundial masculino de 2014 serão aproveitados, com exceção da Arena das Dunas, em Natal, e da Ligga Arena (Arena da Baixada), em Curitiba.

O jogo de abertura e a final serão no Maracanã, no Rio de Janeiro. Outros estádios incluem a Neo Química Arena, em São Paulo; o Mané Garrincha, em Brasília; o Mineirão, em Belo Horizonte; a Casa de Apostas Arena Fonte Nova, em Salvador; o Beira-Rio, em Porto Alegre; a Arena da Amazônia, em Manaus; a Arena Pantanal, em Cuiabá; a Arena Castelão, em Fortaleza; e a Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata (PE), região metropolitana do Recife.

Histórico

A Copa do Mundo Feminina de Futebol 2027 será a décima edição do torneio. Antes da edição de 2023 na Austrália e Nova Zelândia, a competição já foi sediada pela China, Suécia, Estados Unidos, Alemanha, Canadá e França.

A seleção espanhola é a atual campeã mundial, juntando-se a Estados Unidos, Alemanha, Japão e Noruega como vencedoras do troféu Fifa. Os Estados Unidos detêm o maior número de títulos (4), seguidos pela Alemanha, com dois títulos.

O Brasil, como país-sede, já está garantido no Mundial, sendo um dos poucos a participar de todas as Copas Femininas da história, ao lado de Alemanha, Japão, Nigéria, Noruega, Suécia e Estados Unidos. A seleção brasileira busca um título inédito, tendo chegado perto em 2007, quando foi vice-campeã ao perder para a Alemanha.

Apesar de nunca ter conquistado o título, o Brasil tem a maior artilheira da história das Copas, Marta, com 17 gols em seis edições, superando o alemão Miroslav Klose. O recorde foi alcançado em 2019, na França, com um gol contra a Itália na fase de grupos. Na campanha do vice-campeonato em 2007, Marta foi a artilheira com sete gols.

Na Copa de 2023, realizada na Austrália e Nova Zelândia, o Brasil foi eliminado na fase de grupos após vencer o Panamá por 4 a 0, perder para a França por 2 a 1 e empatar com a Jamaica. A Espanha conquistou o título inédito. O desempenho ruim levou à saída da treinadora Pia Sundhage, substituída por Arthur Elias.

“O Brasil tem uma paixão enorme pelo futebol, uma tradição internacional no futebol feminino e vem realizando uma série de investimentos na modalidade. Este é um momento único. Vamos trabalhar com dedicação nos próximos três anos para vencer a Copa em nosso país e inspirar crianças, mulheres e torcedores da nossa Seleção”, disse Arthur Elias ao site da CBF.

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