Brasileiros enxergam tarifaço de Trump como ameaça à economia do país

Brasileiros enxergam tarifaço de Trump como ameaça à economia do país

Metade da população acredita que políticas comerciais do ex-presidente dos EUA trazem prejuízos ao Brasil; rejeição é maior entre eleitores de Lula.

Metade dos brasileiros vê as políticas comerciais de Donald Trump como um golpe na economia do país. A constatação vem de uma pesquisa realizada pelo instituto Ipsos-Ipec, divulgada nesta sexta-feira (18). O levantamento mostra que 50% dos entrevistados acreditam que as ações do republicano são prejudiciais ao Brasil.

A preocupação cresceu especialmente após o anúncio de um “tarifaço” por parte de Trump no início de abril. Ele impôs novas taxas sobre produtos de 185 países, incluindo o Brasil, com um patamar inicial de 10%, podendo ser maior para alguns parceiros comerciais. A repercussão foi imediata e negativa no cenário internacional — e, diante da pressão, Trump recuou parcialmente, limitando o aumento das tarifas por 90 dias, exceto no caso da China.

A percepção de que as decisões de Trump são danosas ao Brasil é ainda mais acentuada entre quem votou no presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022: 58% desses eleitores veem impacto negativo. No entanto, até mesmo entre os que apoiaram Jair Bolsonaro, 43% compartilham essa visão crítica.

A pesquisa ouviu duas mil pessoas com 16 anos ou mais, em 131 cidades brasileiras, entre os dias 3 e 7 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com 95% de nível de confiança.

Além do impacto comercial, os brasileiros também opinaram sobre a atuação geral do governo Trump. Para 49% dos entrevistados, o retorno do republicano ao poder é uma má notícia para o Brasil. Apenas 29% consideram positiva a influência de seu governo, e 2% acham indiferente.

Quando a pergunta se volta para os efeitos do governo Trump sobre os próprios Estados Unidos, 21% dos brasileiros classificam a gestão como “péssima”. Outros 19% a consideram “boa”, e mais 19% a definem como “regular”.

A tensão entre Trump e outras lideranças internacionais não é novidade. Recentemente, ele voltou a protagonizar atritos ao ameaçar o presidente do Banco Central dos EUA — nomeado por ele mesmo — e também ao alimentar conflitos com opositores democratas em meio à crise migratória envolvendo cidadãos de El Salvador.

A nova fase do governo Trump reacende temores de um isolamento comercial e de impactos diretos na economia brasileira, especialmente num momento de fragilidade econômica global. E a opinião pública no Brasil parece estar bem atenta.

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