
BYD Empresta Carros de Luxo para Ministros do STJ e Gera Debate
Montadora chinesa cede veículos elétricos ao tribunal por dois anos sem custos, levantando discussões sobre marketing e relações com o setor público
A montadora chinesa BYD forneceu, sem custos, 20 unidades do modelo Seal, um carro elétrico avaliado em R$ 300 mil, para uso dos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) por um período de dois anos. O empréstimo, que soma um valor total de R$ 6 milhões, faz parte de uma estratégia da empresa para promover sua marca e incentivar a adoção de veículos elétricos no Brasil.
Justificativa do STJ e Repercussão
O STJ justificou a aceitação dos veículos alegando que a iniciativa contribui para a inovação e a sustentabilidade, já que os carros elétricos ajudam a reduzir a emissão de poluentes. Em nota oficial, o tribunal destacou que a parceria não representa custos para a instituição e reforça o compromisso com a modernização da frota.
A prática, no entanto, gerou questionamentos sobre os limites entre a divulgação de novas tecnologias e a promoção comercial de empresas no setor público. Analistas apontam que a circulação dos veículos em áreas de grande visibilidade pode servir como publicidade indireta para a BYD, fortalecendo sua imagem no mercado automotivo brasileiro.
Estrategia de Expansão da BYD no Brasil
A BYD já adotou táticas semelhantes em outras instituições públicas, como a Presidência da República, a Câmara dos Deputados e o Tribunal de Contas da União (TCU), além de jornalistas. A empresa alega que o empréstimo dos veículos visa ampliar o conhecimento sobre os benefícios dos carros elétricos e estimular sua adoção no país.
Em resposta às críticas, a montadora esclareceu que participou de um chamamento público feito pelo STJ para a cessão dos veículos e que o processo ocorreu com total transparência, respeitando as normas vigentes.
A iniciativa da BYD reflete uma estratégia mais ampla de inserção no mercado brasileiro, onde os veículos elétricos ainda enfrentam desafios para ganhar popularidade. No entanto, o episódio reacende o debate sobre a relação entre o setor público e as grandes empresas, bem como os impactos dessas parcerias na construção da imagem de marcas e no incentivo à inovação tecnológica no país.