
Caiado Avalia Participação em Ato de Bolsonaro na Paulista pela Anistia
Governador de Goiás estuda ida a manifestação pró-8 de Janeiro e reaproximação com ex-presidente anima aliados
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), ainda está indeciso sobre sua presença na manifestação convocada por Jair Bolsonaro em defesa da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O evento está marcado para este domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo.
Após um longo período de afastamento, Caiado e Bolsonaro voltaram a conversar depois da primeira manifestação realizada no Rio de Janeiro, em março. Na ocasião, o governador não compareceu, mas divulgou um vídeo em apoio à proposta de anistia, gesto que foi bem recebido pelo ex-presidente.
O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do ato, declarou que não há convites formais, mas que qualquer autoridade que comparecer poderá discursar. Ele mencionou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o prefeito Ricardo Nunes devem estar presentes, e que há expectativa para a participação de Romeu Zema e do próprio Caiado.
Nos bastidores, a possível presença do governador de Goiás no evento reacendeu especulações sobre sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026, o que incomoda Bolsonaro. Inelegível até 2030 por decisão do TSE, o ex-presidente tem afirmado a aliados que poderá reverter sua situação quando o ministro Cássio Nunes Marques assumir o tribunal no próximo ano.
A relação entre Bolsonaro e Caiado, antes aliados, sofreu um rompimento durante a pandemia, quando o governador goiano defendeu medidas sanitárias mais rígidas. O distanciamento se intensificou quando Caiado começou a se movimentar como uma alternativa da direita para as eleições presidenciais. No entanto, a recente reaproximação entre os dois tem animado aliados de ambos, que veem no ato da Paulista uma oportunidade para consolidar um novo alinhamento político.
Enquanto isso, o projeto de anistia segue travado na Câmara dos Deputados. A base governista de Lula articula para barrar a proposta, enquanto aliados de Bolsonaro pressionam o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), para levá-la diretamente ao plenário.