Caiado é acusado de transformar o Palácio das Esmeraldas em palco de campanha eleitoral

Caiado é acusado de transformar o Palácio das Esmeraldas em palco de campanha eleitoral

Decoração, banquete e discurso: Justiça aponta abuso de poder político em evento promovido por governador

Vídeos e registros divulgados nas redes sociais levaram à condenação do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) por abuso de poder político. A decisão também cassou os registros do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), e da vice-prefeita, Cláudia Lira (Avante). O material, anexado ao processo, revela que Caiado teria utilizado a estrutura do Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, para beneficiar eleitoralmente Mabel. A defesa dos envolvidos já anunciou que recorrerá da decisão.

Nos vídeos, Caiado aparece incentivando apoio político em um evento que teria sido realizado próximo ao primeiro turno das eleições municipais de 2024. Ele declarou:

“Estarei ao lado do Sandro Mabel em tempo integral, garantindo que ele tenha meu apoio incondicional para resolver os problemas da região.”

O Palácio foi decorado e preparado para receber lideranças políticas, com direito a alimentação e bebidas. As imagens foram compartilhadas nas redes sociais do próprio governador, gerando ampla repercussão e reforçando as acusações.

“Nada de irregular”, afirma Caiado

Em coletiva de imprensa, Caiado declarou que os encontros visavam debater problemas da Prefeitura de Goiânia, como saúde e infraestrutura, e comparou suas ações a eventos realizados por outros líderes, incluindo ex-presidentes Dilma Rousseff, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Ele alegou que a utilização de residências oficiais em período eleitoral não é novidade e citou decisões do TSE como base para sua defesa.

Já a advogada eleitoral Marina Morais destacou que, embora a decisão não impeça Mabel de assumir o cargo, ela poderá ser revertida caso o recurso não prospere. Em relação a Caiado, a inelegibilidade por oito anos não interfere em seu mandato atual, mas pode barrar futuros projetos eleitorais.

Multas e consequências

Além da inelegibilidade, Caiado foi condenado a pagar uma multa de R$ 60 mil. Mabel e Cláudia Lira também receberam penalidades financeiras. A sentença reforça que, mesmo sem pedido explícito de voto, as declarações e ações configuraram abuso de poder político, como detalhado pela juíza Maria Umbelina Zorzetti.

Enquanto as decisões judiciais seguem tramitando, Caiado mantém a confiança na Justiça e se prepara para futuros embates políticos. “Respeito a decisão, mas acredito que será revertida em instâncias superiores”, afirmou.

O caso coloca em evidência os limites entre o uso de espaços públicos e a ética nas campanhas eleitorais, reacendendo o debate sobre igualdade de condições no pleito.

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