Câmara confirma cassação de Carla Zambelli após condenação do STF

Câmara confirma cassação de Carla Zambelli após condenação do STF

Hugo Motta afirma que decisão judicial será cumprida sem votação em plenário; deputada fugiu do país e se diz vítima de perseguição política

A Câmara dos Deputados vai oficializar a perda do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), após a condenação determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sem necessidade de levar o caso ao plenário. A confirmação foi dada nesta segunda-feira (9/6) pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante um evento em São Paulo.

“Vamos seguir o que determina o regimento. A decisão do STF foi definitiva, e cabe a nós apenas cumprir”, declarou Motta. Ele destacou que, com a conclusão do julgamento, não há margem para discussão interna na Câmara. “Quando há uma sentença transitada em julgado, não é atribuição do presidente da Casa decidir se deve ou não cumprir.”

Zambelli foi condenada em maio pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão e à perda do mandato. A parlamentar foi considerada culpada por envolvimento em fraudes no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti, incluindo a inserção de um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Na semana passada, o STF rejeitou os recursos apresentados por Zambelli. Três dias antes da decisão final, ela deixou o país rumo à Itália, após passar pelos Estados Unidos. Desde então, está foragida, e seu nome foi incluído na lista de procurados da Interpol. A ordem de prisão, bloqueio de contas, apreensão de passaportes e retirada de acesso às redes sociais partiu do ministro Alexandre de Moraes.

Motta classificou o episódio como “fora dos padrões” do Parlamento e explicou que a deputada havia solicitado uma licença médica, seguida de uma licença por interesse pessoal, antes da conclusão do julgamento. O afastamento foi concedido para que o suplente, Coronel Tadeu, pudesse assumir temporariamente.

Para Zambelli, tudo não passa de perseguição. Ela afirma que a decisão do STF é “ilegal e inconstitucional” e alega que o mandato só poderia ser cassado com votação em plenário, algo que Hugo Motta nega. “A prerrogativa parlamentar é importante, mas não se sobrepõe a uma decisão judicial definitiva. O processo chegou ao fim. Agora, só resta cumprir.”

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