
Câmara dá sinal de alerta ao Planalto e acelera projeto para barrar alta do IOF
Parlamentares aprovam urgência para suspender decreto de Lula sobre imposto financeiro; pressão por emendas não pagas acirra embate com o governo
Em mais um recado direto ao Palácio do Planalto, a Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (16), por ampla maioria — 346 votos a favor contra 97 — um pedido de urgência para colocar em pauta, com mais rapidez, um projeto que suspende o decreto do presidente Lula que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Com essa manobra, os deputados conseguiram pular a etapa das comissões temáticas e empurrar o texto direto para o plenário. Apesar disso, ainda não há uma data definida para a votação final que decide se o aumento do imposto será mesmo derrubado.
O requerimento foi apresentado pelo deputado Zucco (PL-RS), da oposição, mas surpreendeu ao receber apoio de partidos considerados da base aliada do governo, como PP, União Brasil, Republicanos e PSD — todos com cargos importantes dentro do Executivo. O movimento escancarou o incômodo crescente dentro do Congresso, especialmente com o atraso no repasse de emendas parlamentares.
O governo até tentou acalmar os ânimos na semana passada, ao voltar atrás parcialmente no aumento do IOF: a alíquota fixa caiu de 0,95% para 0,38% em operações de crédito. Mas a diária, de 0,0082%, foi mantida.
Além disso, o Planalto fez ajustes em outras áreas, como nas regras para o “risco sacado” e nos investimentos em VGBL, ampliando faixas de isenção para amenizar os efeitos no setor de seguros. Ainda assim, a insatisfação no Congresso continua crescendo — e a pressão agora está posta sobre Lula.