Câmara dos EUA cassa mandato de George Santos, deputado filho de brasileiros
A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos cassou o mandato do republicano George Santos, filho de brasileiros e representante do estado de Nova York. A decisão foi tomada nesta sexta-feira, 1º de dezembro, com mais de dois terços dos membros votando a favor da cassação. Foram 311 votos a favor, 114 contra e duas abstenções, ultrapassando a maioria necessária de dois terços dos 435 assentos.
George Santos enfrenta acusações federais de corrupção, incluindo fraudes contra seus doadores, lavagem de dinheiro e fraude eletrônica. Com essa cassação, ele se torna o sexto deputado na história dos EUA a perder seu mandato. Apesar de resistir a duas tentativas anteriores de cassação e recusar-se a renunciar, Santos já havia anunciado anteriormente que não buscaria a reeleição no próximo ano.
O deputado republicano ganhou destaque por suas repetidas mentiras desde sua eleição em 2022. Em 1º de novembro, a maioria republicana na Câmara votou contra a cassação, mas Santos admitiu ter mentido para os eleitores sobre vários aspectos de sua vida, minando a credibilidade da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
A comissão de ética da Câmara apresentou um relatório destacando diversas irregularidades e crimes financeiros de Santos, concluindo que ele buscou fraudulentamente benefícios econômicos pessoais, mentindo constantemente sobre seus antecedentes e experiência. Santos classificou a ação como um “cerco” e uma “perseguição” política, mas a comissão instou seus colegas a tomar medidas necessárias para fazer cumprir o mandato constitucional da Câmara.
Antes da votação, Santos afirmou que estava determinado a provar sua inocência e enfrentar as acusações criminais. Ele se recusou a renunciar, alegando ser alvo de pressões por parte de “bandidos”. Recentemente, Santos se declarou inocente das acusações de fraudar doações de campanha, lavagem de dinheiro e fraude eletrônica, envolvendo-se em atividades como cirurgias de botox, uso do site Onlyfans, fraude com cartões de crédito e roubo de identidade. Além disso, foi acusado de receber indevidamente seguro-desemprego durante a pandemia do coronavírus antes de sua eleição.