Caso Abin: CGU não descarta que registros foram apagados no governo Lula
Vinicius Marques de Carvalho, ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), declarou hoje que não descarta a possibilidade de o governo Lula ter apagado registros referentes aos monitoramentos realizados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Em razão do sigilo da investigação, Carvalho mencionou que não poderia fornecer uma data precisa para a eliminação dos materiais, destacando que a CGU está apurando se as remoções ocorreram durante os governos Lula e Bolsonaro.
O ministro afirmou que relatórios de inteligência sigilosos foram impressos antes de serem apagados, e, até o momento, esses arquivos não foram localizados nas buscas realizadas pelo governo atual. Carvalho esclareceu que toda a documentação foi identificada por meio de uma investigação no servidor das impressoras.
Ele ressaltou que a CGU não enfrentou obstáculos impostos pela atual direção da Abin durante as investigações. Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o órgão terá acesso a cerca de 200 gigabytes relacionados a investigações envolvendo o governo Bolsonaro.
O caso em questão envolve uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre suposta espionagem ilegal realizada pela Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem como diretor da agência no governo de Jair Bolsonaro. A PF apura o uso do software First Mile para monitorar celulares de jornalistas, autoridades e servidores, com informações sendo supostamente encaminhadas a pessoas ligadas ao então presidente. O objetivo do monitoramento seria fornecer informações favoráveis aos filhos do ex-presidente.