
Caso Vitória: Defesa contesta exame psiquiátrico e tenta anular confissão de suspeito
Advogados de Maicol Santos alegam coação e criticam perícia solicitada pela polícia
A defesa de Maicol Santos, acusado de matar a adolescente Vitória Sousa, voltou a se manifestar contra a investigação conduzida pela Polícia Civil de Cajamar, na Grande São Paulo. Após pedir a anulação da confissão do suspeito, os advogados agora questionam a realização de um exame psiquiátrico solicitado pelos investigadores.
Segundo os representantes legais de Maicol, o exame seria uma tentativa de validar uma confissão feita sob coação. Eles afirmam que o suspeito foi pressionado a admitir o crime e que a perícia, solicitada sem autorização judicial, seria uma medida “ilegal e arbitrária”.
Confissão contestada e vídeos divulgados
O interrogatório do suspeito foi registrado em vídeo pela polícia e divulgado à imprensa. Nas imagens, Maicol admite ter assassinado Vitória para impedir que ela revelasse à esposa dele um caso extraconjugal. No entanto, seus advogados insistem que a confissão não foi espontânea e que ele teria sido coagido psicologicamente.
O caso ganhou ainda mais repercussão com a revelação de novas imagens e mensagens enviadas por Vitória antes do crime. A jovem, de 17 anos, teria relatado a uma amiga que se sentia perseguida e temia por sua segurança. Seu corpo foi encontrado em uma área de mata, com cortes no rosto, pescoço e tórax.
Contradições na investigação e suspeita de outros envolvidos
Apesar de Maicol ter confessado o crime e afirmado ter agido sozinho, alguns pontos ainda levantam dúvidas. A perícia identificou divergências entre sua versão dos fatos e as evidências encontradas. Ele disse ter dado dois golpes de faca na vítima, mas o laudo apontou três perfurações. Além disso, embora tenha afirmado que enterrou o corpo, Vitória foi achada em uma cova rasa, sem estar coberta por terra.
Familiares da vítima acreditam que Maicol não agiu sozinho e cobram uma investigação mais aprofundada. No último domingo (23), amigos e parentes da jovem organizaram um ato público em Cajamar pedindo justiça.
Enquanto isso, a polícia defende que o caso está esclarecido e que Maicol era um perseguidor obsessivo da adolescente. O delegado responsável pelo caso afirma que ele confessou o crime espontaneamente e que a defesa tenta descredibilizar as provas para aliviar sua situação judicial.
O pedido da defesa contra a realização do exame psiquiátrico ainda está sob análise da Justiça.
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