
Chefe do Comando de Choque da PM de SP Questiona a Eficiência das Câmeras Corporais em Tiroteios
Valmor Racorti levanta preocupações sobre a capacidade das câmeras de refletir o estresse vivido pelos policiais em ação
Valmor Racorti, chefe do Comando de Policiamento de Choque da PM de São Paulo, publicou um artigo em que questiona a eficácia das câmeras corporais como prova do que acontece durante confrontos armados. O coronel argumenta que, enquanto os policiais tomam decisões rápidas e instintivas sob estresse, quem assiste às gravações faz uma análise mais racional, o que pode levar a julgamentos injustos sobre as ações dos agentes de segurança.
Racorti, que comanda unidades como a Rota e o COE, não é contra o uso das câmeras, mas defende uma reflexão mais aprofundada sobre sua aplicação no contexto operacional. Ele destaca que as câmeras têm limitações, como um campo de visão restrito e a incapacidade de captar as sensações intensas que os policiais experimentam em situações de alto estresse.
Embora estudos internacionais sugiram que as câmeras podem ajudar a reduzir a violência policial, o coronel aponta que a análise das imagens pode ser distorcida ao ser feita sem o contexto completo das circunstâncias do momento, especialmente quando as imagens são apresentadas isoladamente na mídia. Para ele, isso pode prejudicar a imagem dos policiais e afetar a confiança pública nas investigações.
Racorti também sugere que a revisão das gravações seja feita de forma mais próxima das condições reais em que os policiais estavam durante o incidente, sem distorções como câmera lenta ou quadros congelados. Dessa forma, acredita que seria possível evitar a perpetuação de desinformações e garantir uma avaliação mais justa e precisa das ocorrências.