
Chuvas Devastadoras em Salvador Bahia: Jovens Desaparecem e Tragédias Multiplicam-se
A cidade enfrenta o caos: Deslizamentos de terra e alagamentos deixam mortos e desaparecidos
Salvador viveu um cenário de calamidade na última quarta-feira (27), quando chuvas intensas, que ultrapassaram em quase três vezes a média mensal, provocaram deslizamentos de terra, enchentes e tragédias. Dois jovens estão desaparecidos e outro morreu após ser soterrado em diferentes pontos da capital baiana.

Tragédias Simultâneas: Soterramento e Alagamento
No bairro de Saramandaia, Paulo Andrade, de 18 anos, foi soterrado após um deslizamento atingir sua casa, onde estava com a mãe e o irmão de seis anos. Embora os familiares tenham sido resgatados com vida, Paulo segue desaparecido sob os escombros há quase 24 horas. A cena é um retrato da vulnerabilidade das áreas periféricas, frequentemente esquecidas pelo poder público, mas expostas à fúria da natureza.
Já na região metropolitana, em Dias D’Ávila, Amanda Max Teles, de apenas 12 anos, caiu em um bueiro enquanto voltava da escola em uma rua alagada. O acidente, flagrado por câmeras de segurança, mobilizou equipes de resgate, que já somam mais de 18 horas de buscas. A mochila da menina foi encontrada a 2 km do local, mas até agora não há sinal de Amanda.
Vítima Fatal: Jovem de 23 Anos Perde a Vida em Outro Deslizamento
Na mesma manhã, Gerson Alexandrino Santos Júnior, de 23 anos, perdeu a vida após ser soterrado em um deslizamento enquanto dormia. Ele morava com os pais, que conseguiram escapar ilesos. A tragédia deixa órfãos dois filhos pequenos, expondo mais uma vez o custo humano de um sistema que negligencia prevenção e infraestrutura.
Chuvas Acima do Normal e Alerta Permanente
A Defesa Civil de Salvador informou que o volume de chuvas entre segunda (25) e quarta-feira (27) chegou a 269 mm, o dobro do esperado para o mês inteiro. O acumulado de novembro já ultrapassou 319 mm, colocando a capital baiana em estado de alerta para novos alagamentos e deslizamentos.
Descaso ou Destino?
Enquanto a natureza segue seu curso implacável, as imagens de casas desabando e famílias sendo destroçadas em segundos revelam a dura realidade de Salvador. Tragédias como estas poderiam ser mitigadas com investimentos em infraestrutura, políticas habitacionais eficazes e manutenção urbana. Porém, o que se vê é uma população desamparada, que paga o preço mais alto pela omissão histórica das autoridades.
A vida de Paulo, Amanda e Gerson não pode ser tratada como mais um número em estatísticas de calamidades. Essas histórias clamam por justiça, não apenas nos resgates, mas na criação de uma cidade verdadeiramente resiliente.
Até quando Salvador suportará tragédias previsíveis, enquanto a resposta do poder público segue insuficiente?