Ciro Gomes ataca decisão de Lula na Previdência e diz sentir vergonha da troca

Ciro Gomes ataca decisão de Lula na Previdência e diz sentir vergonha da troca

Ex-governador critica saída de Carlos Lupi e nomeação de Wolney Queiroz; militância do PDT também reage com indignação

O ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) rompeu o silêncio e fez duras críticas à substituição no comando do Ministério da Previdência, após a saída de Carlos Lupi. Em uma publicação nas redes sociais do PDT no último sábado (3), Ciro expressou sua insatisfação com a escolha do presidente Lula (PT) pelo ex-deputado Wolney Queiroz para ocupar o cargo:

“Estou profundamente envergonhado. Isso é uma indignidade sem explicação”, declarou.

Lupi entregou o cargo na sexta-feira (2), abalado por uma crise envolvendo descontos ilegais em benefícios do INSS. Embora não fosse alvo direto de investigações, o ex-ministro foi desgastado politicamente pela condução do problema. No mesmo dia, à noite, Wolney Queiroz — que já era o número dois da pasta e aliado do presidente — assumiu oficialmente o posto.

A nomeação de Queiroz, presidente do PDT em Pernambuco e considerado nome de confiança de Lula, desagradou parte da militância pedetista, que se manifestou em solidariedade a Ciro nas redes sociais e criticou o processo de substituição, considerado desrespeitoso com o partido.

Ciro, que já foi aliado do PT durante os governos Lula e Dilma, vem se distanciando da legenda desde 2018. Na última eleição presidencial, tentou se equilibrar entre críticas ao petista e a Jair Bolsonaro (PL), o que o deixou em rota de colisão com setores da esquerda. Embora tenha declarado que seguiria a decisão partidária de apoiar Lula no segundo turno de 2022, não participou ativamente da campanha.

A saída de Lupi e a condução da transição no Ministério da Previdência agravam o desgaste entre PT e PDT. A relação entre os dois partidos, que já foi de aliança, tem oscilado entre parcerias pontuais e disputas abertas pelo protagonismo na esquerda.

Além da troca no ministério, parlamentares do PDT também criticaram a exclusão do partido na escolha do novo presidente do INSS. A vaga foi assumida pelo procurador Gilberto Waller Júnior, após a demissão de Alessandro Stefanutto, que caiu após investigações da Polícia Federal e da CGU sobre o esquema de descontos irregulares em aposentadorias.

Com uma bancada de 17 deputados e três senadores, o PDT vinha sendo um dos partidos mais fiéis ao governo no Congresso. No entanto, diante dos últimos acontecimentos, cresce dentro da sigla a pressão para que o partido adote uma postura de independência em relação ao Planalto.

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