Ciro Gomes (PDT) diz que Lula é ‘responsável político’ por fraude no INSS e defende Lupi: ‘Vida simples’

Ciro Gomes (PDT) diz que Lula é ‘responsável político’ por fraude no INSS e defende Lupi: ‘Vida simples’

Ex-candidato à presidência sai em defesa de Carlos Lupi, critica demissão e questiona lógica do governo ao trocar o ministro por seu ex-número dois

Durante um encontro político no Ceará, o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) não poupou críticas ao presidente Lula e ao modo como o governo lidou com o escândalo dos descontos fraudulentos em aposentadorias. Para Ciro, a culpa não pode recair sobre Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência e presidente do PDT, a quem ele definiu como “homem sério, de vida simples”. Segundo ele, a responsabilidade política pelas irregularidades, que somam bilhões de reais, é do próprio Lula.

“A responsabilidade política é do Lula, não adianta querer transformar ministro em fusível”, disparou Ciro, dizendo que Lupi foi “fritado” injustamente. Ele ainda questionou por que o governo substituiu o ministro por Wolney Queiroz, ex-secretário-executivo da mesma pasta. “Se Lupi se omitiu, o que dizer de quem era o número dois e estava junto com ele?”, provocou.

Ciro também relembrou que problemas semelhantes ocorreram nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, mas os valores na época não chegavam perto do que foi apurado agora. “Antes eram R$ 200 ou R$ 300 milhões por ano. Agora estamos falando de bilhões”, alertou, em referência aos R$ 6,3 bilhões que estão sob investigação.

O tom oposicionista de Ciro, embora ainda não reflita a maioria do PDT, mostra uma tentativa clara de influenciar os rumos do partido, que hoje participa do governo. No mesmo dia, a bancada pedetista na Câmara anunciou o rompimento com a base aliada, em resposta à saída de Lupi.

Em clima de articulação política, Ciro também se reuniu com membros do PL e do União Brasil para debater uma possível aliança contra o PT nas eleições estaduais de 2026 no Ceará. Ele defende o nome do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), para o governo, e sinalizou apoio ao deputado estadual Alcides Fernandes (PL) para o Senado — pai do bolsonarista André Fernandes, derrotado na última eleição para a prefeitura de Fortaleza.

Ciro garantiu que não pretende voltar a se candidatar, mas afirmou que continuará atuando politicamente “para salvar o Ceará”, numa crítica direta à sequência de gestões petistas no estado desde 2014.

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