
Com Bolsonaro ausente, Michelle, Nikolas e Malafaia assumem a linha de frente por anistia em Brasília
Primeira manifestação da direita em Brasília desde o 8 de janeiro será liderada por aliados fiéis; ex-presidente deve apenas acenar brevemente aos apoiadores.
Na primeira grande mobilização da base bolsonarista em Brasília desde os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quem vai tomar a dianteira não é o ex-presidente Jair Bolsonaro. Desta vez, o comando do protesto ficou nas mãos da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e do pastor Silas Malafaia.
A manifestação tem como foco a defesa da anistia para os envolvidos nas invasões aos Três Poderes. Os organizadores planejam uma marcha até o Congresso Nacional, numa tentativa de pressionar o Legislativo e reverter condenações já impostas a dezenas de manifestantes presos. A ausência de Bolsonaro, embora sentida por parte da militância, não significa um distanciamento: ele deve fazer uma aparição rápida, apenas para cumprimentar os apoiadores e dar seu aval simbólico à causa.
O ato desta quarta-feira marca um novo capítulo na estratégia da direita. Com o ex-presidente ainda tentando se esquivar de novas implicações judiciais, os holofotes se voltam para Michelle, que vem ganhando cada vez mais espaço no grupo, e para figuras como Nikolas, que fazem o papel de porta-voz inflamado do bolsonarismo raiz no Congresso.
A escolha de Brasília como palco do protesto é simbólica e estratégica. É lá que a pressão sobre os parlamentares pode surtir efeito direto, especialmente com propostas que circulam nos bastidores do Senado e que podem aliviar a situação de quase 250 condenados pelos atos golpistas.
Mesmo com o clima de tensão e divisão no campo político, a manifestação promete ser um termômetro da força popular que o bolsonarismo ainda mantém — agora com novas vozes na linha de frente.