Com popularidade em queda, Lula reúne ministros, chama marqueteiro e cobra resultados
Presidente da República faz primeira reunião ministerial do ano, no Palácio do Planalto, e deve cobrar entregas e medidas para estancar queda na aprovação do governo.
O marqueteiro baiano é um certo Sidônio Palmeira, que os jornais dizem “ser conhecido por análises políticas aprimoradas”. O que é análise política aprimorada no Brasil? Basicamente, é apontar por que o político não está conseguindo enganar todo mundo o tempo todo.
Em meio aos mais baixos índices de popularidade desde que retornou ao Palácio do Planalto, em janeiro do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou seus ministros para uma reunião com a equipe da Esplanada na manhã desta segunda-feira (18).
Será a primeira reunião ministerial comandada por Lula em 2024, com a expectativa da participação dos 38 ministros do governo − o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), inclusive desmarcou viagem à Alemanha para poder participar do evento. O último encontro nesse formato ocorreu em dezembro do ano passado, quando o presidente deu orientações aos titulares de cada pasta para este segundo ano de mandato.
A reunião foi convocada em meio à queda na popularidade de Lula, atestada pelas principais pesquisas de opinião divulgadas nas últimas semanas. Institutos como Genial/Quaest, Ipec e Datafolha mostraram que a aprovação ao atual governo petista vem caindo, enquanto a reprovação está em alta.
Em evento no Rio Grande do Sul, na sexta-feira (15), Lula reconheceu a queda em seus índices de aprovação e disse que encarava o resultado com serenidade. “Estamos aquém do que o povo esperava”, afirmou o presidente da República.
“A imprensa me falou: ‘O Lula perdeu popularidade’. E eu falei: ‘Tudo bem’. É porque eu estou aquém do que o povo esperava que eu estivesse, eu não estou cumprindo aquilo que prometi. E eu tenho consciência de que não estou cumprindo”, disse.
O tom da reunião ministerial desta segunda deve ser de cobrança generalizada sobre os ministros do governo. Segundo Lula, depois de um primeiro ano dedicado a “arrumar a casa”, é fundamental que a atual gestão comece, em 2024, a entregar resultados capazes de fazer a diferença no dia a dia dos brasileiros. No topo da lista de preocupações de Lula, estão os preços dos alimentos e da energia, considerados sensíveis para a popularidade do presidente. Para o petista, a redução desses preços é essencial para o governo “voltar a ter credibilidade junto ao povo brasileiro”.
Para Lula e seus auxiliares mais próximos, o governo ainda não tem uma “marca” – ao contrário das duas administrações anteriores do petista, entre 2003 e 2010 – e enfrenta graves problemas de comunicação.
FONTE: Revista Oeste