
Condenado sem Provas, Lucas Brasileiro é Transferido Após Denúncia de Maus Tratos
Preso do 8 de janeiro que acusou asfixia e perseguição é realocado para novo presídio
Lucas Costa Brasileiro, de 29 anos, pai de duas crianças, entre elas uma recém-nascida, foi transferido para outro presídio após denunciar ter sido asfixiado com spray de pimenta enquanto estava no camburão com outros detentos. Ele já havia alertado sobre perseguições de policiais e ameaças por parte de outros presos desde janeiro deste ano. Sua defesa já havia solicitado a mudança de presídio em diversas ocasiões devido aos riscos à sua segurança.
A transferência ocorreu na terça-feira, 18 de fevereiro, após familiares notarem alterações nas informações de visita ao preso. O advogado de Lucas, Alexandre Oliveira, confirmou a mudança, que levou o detido da Penitenciária do Distrito Federal I (PDF I) para a Penitenciária do Distrito Federal IV (PDF IV), onde estão outros presos relacionados aos eventos de 8 de janeiro.
Em seu relato à Defensoria Pública do Distrito Federal, Lucas mencionou que sofria coação e corria risco de vida devido a “situações delicadas” no convívio com outros prisioneiros. O relatório da Defensoria também apontou a troca de objetos entre as alas como um dos motivos de sua preocupação.
Apesar de a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape/DF) não divulgar detalhes sobre transferências, ela confirmou ter instaurado um procedimento administrativo para investigar a denúncia de asfixia. A denúncia de abuso contra Lucas, que pode implicar responsabilidades administrativa e criminal para os envolvidos, foi enviada à Vara de Execuções Penais e ao Ministério Público do Distrito Federal.
Lucas passou semanas na PDF I em condições precárias, o que resultou em problemas de saúde, como suspeita de tuberculose, devido ao ambiente insalubre. Seu pai, Evandro Brasileiro, relatou que o filho estava visivelmente debilitado, sem colchão, dormindo no concreto e com queixas de dores.
O caso segue em investigação, com o Ministério Público e a Vara de Execuções Penais mantendo o sigilo das apurações.
Fonte e Créditos: Gazeta do Povo