Conflito e Protesto: Professores São Reprimidos com Balas de Borracha na Alepa

Conflito e Protesto: Professores São Reprimidos com Balas de Borracha na Alepa

Manifestação contra PL do Magistério termina com feridos e tensão em Belém

Em um dia marcado por tensão e violência, professores e servidores públicos enfrentaram a tropa de choque da Polícia Militar em frente à Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), em Belém. Durante a manifestação contra o Projeto de Lei 729/2024, proposto pelo governador Helder Barbalho (MDB), os manifestantes foram recebidos com balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta, deixando feridos e causando tumulto na região.

Repressão e Confronto

A manifestação, realizada nesta quarta-feira (18), reuniu educadores contrários às alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) e à possível revogação do Estatuto do Magistério. Dois professores foram atingidos por balas de borracha – um deles no rosto –, sendo socorridos pelo Corpo de Bombeiros. Outros manifestantes passaram mal devido ao uso excessivo de spray de pimenta e gás lacrimogêneo.

A confusão começou quando deputados tentaram acessar o prédio da Alepa pela entrada principal. Manifestantes, em protesto, arremessaram garrafas plásticas e até uma cadeira contra os policiais. Em resposta, a tropa de choque intensificou as ações de repressão. Pneus foram queimados pelos manifestantes como forma de resistência.

Críticas ao PL e Desrespeito à Educação

O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Pará (Sintepp) classificou o projeto como uma tentativa de desmonte das conquistas históricas da categoria. “Não vamos aceitar que leis conquistadas com anos de luta sejam retiradas na surdina por um governo que não respeita a educação”, afirmou a entidade em nota.

O projeto foi aprovado em regime de urgência com 10 votos contrários, durante a última sessão ordinária do ano. A Alepa informou que a votação não foi nominal, e os deputados contrários manifestaram-se levantando as mãos.

Posicionamento do Governo

Em nota, a Polícia Militar alegou que foi acionada para garantir o acesso dos deputados, acusando os manifestantes de bloquearem a entrada e arremessarem objetos. Já a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) defendeu o projeto, afirmando que ele traz avanços para a carreira docente, como maior valorização pela titulação, criação de novas gratificações e progressões.

A secretaria também destacou que o Pará possui o maior salário médio do país para professores, segundo o Inep, embora a categoria conteste a gestão estadual e critique o impacto das mudanças propostas pelo PL.

Cenário de Desgaste e Resistência

Enquanto o governo justifica as reformas como necessárias para modernizar a educação, a categoria denuncia perdas de direitos e exige respeito às conquistas históricas. O confronto em frente à Alepa é mais um capítulo de uma luta que parece longe de terminar, com professores, servidores e movimentos sociais resistindo às mudanças sob repressão policial.

Compartilhe nas suas redes sociais
Categorias