Congresso recebe quase 20 projetos para frear aumento do IOF proposto pelo governo

Congresso recebe quase 20 projetos para frear aumento do IOF proposto pelo governo

Parlamentares pressionam para barrar imposto que eleva custos para operações financeiras e mexe no bolso dos brasileiros

Desde que o governo Lula anunciou, na última quinta-feira (22), o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de crédito, o Congresso Nacional já viu surgir cerca de 20 propostas para suspender essa medida.

Apesar da pressão, o governo ainda não decidiu se vai manter todas as mudanças. No mesmo dia do anúncio, revogou parte da proposta que aumentava o IOF sobre investimentos em fundos nacionais no exterior. Porém, a cobrança maior para quem compra dólar em espécie e para quem faz remessas de dinheiro para o exterior seguiu firme.

A maioria dos projetos que pedem o cancelamento do aumento vem da oposição, principalmente do PL, mas também há uma proposta do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), partido que faz parte da base governista.

No total, são 18 pedidos protocolados na Câmara dos Deputados — além de um requerimento para convocação — e uma proposta apresentada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), no Senado.

Essas iniciativas foram registradas entre sexta-feira (23) e segunda-feira (26), e agora aguardam a decisão dos presidentes da Câmara e do Senado para começar a tramitar.

O aumento do IOF tem como objetivo arrecadar R$ 20,5 bilhões a mais em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. Entre as mudanças, o imposto na compra de moeda estrangeira em espécie saltou de 1,1% para 3,5%, e quem investe em planos de previdência com aportes mensais acima de R$ 50 mil passará a pagar 5% de IOF.

O partido Novo, por exemplo, alega que a população já está saturada de aumentos de impostos. “O brasileiro não aguenta mais essa carga crescente”, afirma o deputado Marcel van Hatten (Novo-RS).

Do lado do Senado, Rogério Marinho critica o aumento, dizendo que a cobrança para investidores subiu quase 10 vezes em relação ao que era cobrado antes. Para ele, o salto de mais de 60% na arrecadação do IOF foge do propósito do imposto, que deveria ser mais regulatório do que arrecadatório.

Os opositores também alertam que o aumento pode prejudicar a economia, encarecendo transações com o exterior, elevando custos de crédito e seguros, e colocando em risco a competitividade do país.

Além disso, afirmam que o aumento do tributo deveria passar pelo Legislativo, e que agir sem essa autorização viola o princípio da legalidade.

Enquanto o debate continua, brasileiros acompanham atentos o desenrolar da polêmica que mexe diretamente no bolso e no cotidiano de quem depende dessas operações financeiras.

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