Contrato liga vereador Milton Leite a empresa acusada de elo com PCC
Leite é investigado na Operação Fim da Linha, que apura a infiltração do PCC no sistema de transporte por ônibus em SP
A notícia de que a construtora Neumax, de propriedade do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite, está recebendo R$ 812 mil mensais da empresa de ônibus Transwolff, suspeita de lavar dinheiro para o PCC, é de um cinismo de dar náuseas. E o que é ainda mais revoltante: a Neumax, que é de Milton Leite e seus filhos, está recebendo um valor exorbitante, quase três vezes o valor de mercado do aluguel, por um conjunto industrial e um terreno na zona sul de São Paulo.
Documentos obtidos com exclusividade pelo UOL revelam que o contrato de aluguel foi assinado por Milton Leite e Luiz Efigênio Pacheco, conhecido como Pandora, dono da Transwolff e acusado de integrar o PCC. Pandora também figura como fiador do contrato, que já transferiu aproximadamente R$ 20 milhões para a construtora de Leite até agosto deste ano.
O contrato, assinado por Milton Leite e Luiz Efigênio Pacheco, conhecido como “Pandora”, não é só um escândalo por si só. Pandora, que está vinculado ao PCC, tem sido o responsável pelos pagamentos à construtora. O total já alcança cerca de R$ 20 milhões até agora. É um cenário que envergonha qualquer noção de ética e transparência, e que ainda é mais revoltante quando sabemos que esses valores são muito maiores do que os valores reais de mercado.
O vereador Leite, claro, tentou se desvincular do caso, alegando que o contrato nunca teve validade e que os valores são distorcidos. Mas não é essa a impressão que se tem ao ver a conexão entre a construtora e uma empresa envolvida com uma facção criminosa. Em vez de esclarecer as coisas, Leite e seus filhos se afundam ainda mais em uma nuvem de suspeitas.
A Operação Fim da Linha, que está investigando a infiltração do PCC no sistema de transporte, está sobre a Transwolff desde abril, mas o que vemos é que o suposto “aluguel” continua sendo pago, e a situação continua a se desenrolar em um ritmo preocupante. É um triste reflexo de como algumas pessoas conseguem transformar suas posições de poder em máquinas de lucro, enquanto o povo continua à mercê da corrupção e da falta de moralidade.
É hora de exigir mais transparência e responsabilidade, e de não permitir que essa trama nojenta se desfaça sem um devido esclarecimento.
FONTE: UOL