Coreia do Sul em Crise: Presidente Impõe Lei Marcial e Enfrenta Reação do Parlamento
Decreto para “conter elementos pró-Coreia do Norte” divide o país e gera protestos em massa
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, decretou lei marcial nesta terça-feira (3), justificando a medida como essencial para proteger o país contra supostas ameaças comunistas e forças “anti-Estado”. Este é o primeiro uso da lei marcial no país desde 1980, e sua declaração foi recebida com forte oposição política e social.
Medidas Restritivas e Controle Militar
O decreto proíbe atividades políticas, manifestações, greves e qualquer tentativa de divulgar informações consideradas falsas ou subversivas. Além disso, coloca a mídia e editoras sob controle militar, restringindo severamente a liberdade de imprensa. Até mesmo profissionais de saúde em greve foram convocados a retornar ao trabalho em até 48 horas, sob pena de punições severas.
Yoon argumenta que a decisão é necessária para neutralizar “elementos pró-Coreia do Norte” e manter a ordem constitucional liberal. No entanto, ele não forneceu detalhes claros sobre as supostas ameaças ou os próximos passos do governo.
Parlamento Reage e Derruba Decreto
A decisão gerou indignação no Parlamento, onde o presidente da Assembleia Nacional, Woo Won-sik, liderou uma resolução para revogar a lei marcial. A proposta foi aprovada de forma unânime por 190 parlamentares, incluindo membros do partido governista. Pela lei sul-coreana, a revogação é obrigatória, mas Yoon ainda não comentou a decisão legislativa.
Protestos e Confrontos
Manifestantes se reuniram em frente à Assembleia Nacional em Seul, enfrentando a polícia em protestos contra o decreto. Grupos de oposição acusam o presidente de usar a lei marcial para consolidar poder em um momento de enfraquecimento político, agravado pela perda de apoio popular e dificuldades para aprovar projetos no Parlamento.
Um País Dividido
A crise revela as tensões profundas na política sul-coreana, enquanto o país assiste a um embate entre os poderes executivo e legislativo. A imposição da lei marcial traz memórias dolorosas de períodos autoritários na Coreia do Sul, deixando a população em alerta para os desdobramentos dessa decisão extrema.
