Correios Decidem Não Recorrer de Ação Bilionária R$ 600 milhões e Assumem Dívida para Beneficiar Trabalhadores
Uma nova postura: diálogo e comprometimento com os direitos dos funcionários
Em abril de 2023, os Correios, sob a direção de Fabiano Silva dos Santos, adotaram uma postura surpreendente ao optar por não recorrer de uma ação trabalhista que soma mais de R$ 600 milhões no Tribunal Superior do Trabalho (TST). A ação, movida pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Findect), exige o pagamento do adicional de atividade de distribuição e coleta aos funcionários, um direito que vinha sendo negado há anos.
Essa decisão marca uma guinada na política da estatal, conhecida por evitar acordos trabalhistas. Sob a liderança de Fabiano, que assumiu o cargo em fevereiro de 2023 por indicação do grupo Prerrogativas, os Correios tentam estabelecer um relacionamento mais próximo e de diálogo com os empregados, contrastando com a gestão anterior do general Floriano Peixoto, que havia sido ministro do governo Bolsonaro. A atual administração se orgulha de ter recuperado 40 cláusulas no Acordo Coletivo de Trabalho, destacando o compromisso com os direitos dos funcionários.
Apesar da crise financeira que atravessa, com um prejuízo de quase R$ 1,35 bilhão apenas no primeiro semestre de 2024, a estatal anunciou a abertura de um concurso público para contratar 3,5 mil novos funcionários, oferecendo salários entre R$ 2,4 mil e R$ 6,8 mil. Além disso, os Correios comprometeram-se a destinar R$ 7,6 bilhões ao Postalis, o fundo de pensão dos funcionários, para cobrir parte do déficit bilionário herdado de investimentos mal sucedidos entre 2011 e 2016, período que coincidiu com o governo Dilma Rousseff.
A decisão de não recorrer dessa ação trabalhista foi tomada sem pareceres jurídicos formais ou consulta à Advocacia-Geral da União (AGU), uma atitude que reflete a nova postura da empresa em relação aos seus trabalhadores.
Fonte E Créditos: Revista Oeste