Correios no Buraco: Prejuízo de R$ 1,8 Bilhão Escancara Crise das Estatais Federais
É como assistir a um naufrágio em câmera lenta. Um documento oficial revelado em 11 de outubro de 2024 trouxe à tona o tamanho do rombo financeiro dos Correios: impressionantes R$ 1,8 bilhões de prejuízo até agosto deste ano. Esse valor, que representa 50% do déficit das estatais federais, foi vazado com exclusividade pelo portal Mais Brasília.
O texto do ofício, direcionado aos executivos e gestores da empresa, parece quase uma confissão pública: “Estamos em apuros”. A estatal, que já vinha patinando para equilibrar suas contas, agora se afunda em dívidas que podem colocar em risco até suas operações mais básicas. “As disponibilidades de caixa caíram vertiginosamente, com projeções alarmantes de uma redução de 83% até o final de 2024”, diz o documento, que soa mais como um lamento do que uma estratégia de solução.
O cenário é desolador. No primeiro semestre, a estatal já havia registrado R$ 1,3 bilhões de prejuízo, conforme publicado pela revista Veja. A situação só piora: enquanto as receitas com cartas, um mercado em queda livre, caíram 8%, o segmento de encomendas, que deveria ser o salvador, avançou de forma pífia, apenas 1,4%. Até o setor internacional, que vinha crescendo com as compras online, perdeu força, aumentando só 1% este ano.
O que deixa a situação ainda mais revoltante é o fato de que, mesmo com esse caos financeiro, os Correios foram retirados da fila das privatizações com a entrada do governo Lula, que preferiu manter a estatal à deriva. Enquanto isso, o Tesouro Nacional terá que arcar com esse desastre, despejando dinheiro público para tapar o buraco deixado pela má gestão.
Em um país onde tantas outras prioridades clamam por atenção, ver uma empresa estatal cronicamente deficitária sugando recursos do Tesouro é, no mínimo, uma afronta à população.
FONTE: Revista Veja
