“Cortes e Conchavos: Lula, Lira e Pacheco selam acordo em meio a tensões”
Governo tenta apaziguar crise com Congresso enquanto Flávio Dino vira alvo de insatisfação parlamentar
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira (9/12) que o presidente Lula (PT) firmou um acordo com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Segundo Haddad, o pacto busca aliviar a tensão entre os poderes e atender as demandas dos parlamentares.
“Lula já conversou com os líderes das casas e construiu um encaminhamento que, na minha visão, atende aos anseios dos parlamentares”, afirmou Haddad em coletiva.
Conflitos entre Legislativo e Judiciário paralisam pautas cruciais
A insatisfação no Congresso aumentou após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, manter restrições ao pagamento de emendas parlamentares. Essa decisão judicial causou ruídos na relação entre Executivo e Legislativo, interferindo diretamente em pautas prioritárias como a reforma tributária e o pacote fiscal.
A situação esquentou ainda mais quando Dino rejeitou um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para reconsiderar pontos de sua decisão. Apesar de permitir a retomada parcial dos repasses, as restrições desagradam à base parlamentar, que reagiu adiando a tramitação da reforma tributária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Pressão como estratégia
O Congresso tem usado sua força para pressionar o governo, paralisando propostas estratégicas e demonstrando seu descontentamento. O clima delicado obrigou Haddad a buscar novas reuniões, incluindo um encontro com Rodrigo Pacheco ainda na noite desta segunda, para tratar do pacote de corte de gastos.
Enquanto o governo tenta equilibrar as contas e o jogo político, o desgaste na relação entre Legislativo, Executivo e Judiciário evidencia que acordos são apenas paliativos em um cenário de crise constante.
