CPI dos Aposentados: Oposição Pressiona por Investigação de Fraudes Bilionárias no INSS

CPI dos Aposentados: Oposição Pressiona por Investigação de Fraudes Bilionárias no INSS

Deputados reúnem assinaturas para apurar esquema que teria desviado mais de R$ 6 bilhões de aposentados e pensionistas; operação já resultou em demissões e prisões

A oposição ao governo na Câmara dos Deputados anunciou que conseguiu reunir as 171 assinaturas necessárias para abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) com foco em investigar fraudes bilionárias dentro do INSS. O anúncio foi feito pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) na noite de terça-feira (29), após alcançar o número mínimo exigido para a abertura da comissão.

— Conseguimos as assinaturas para a CPI dos roubos contra aposentados. Essa investigação é urgente e necessária. Vamos atrás dos culpados, colocar criminosos atrás das grades e buscar a devolução do dinheiro que foi tirado dos nossos idosos — declarou o parlamentar.

O estopim da CPI foi a revelação de um esquema fraudulento envolvendo descontos indevidos nos benefícios de segurados do INSS entre 2019 e 2024. A Polícia Federal estima que o rombo ultrapasse os R$ 6,3 bilhões. Seis pessoas foram presas e cinco servidores públicos foram afastados das funções até o momento.

Entre os efeitos da operação está a demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, acusado de se omitir diante das irregularidades. A PF investiga crimes como corrupção, violação de sigilo, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O atual ministro da Previdência, Carlos Lupi, esteve na Câmara nesta terça-feira para prestar esclarecimentos. Durante sua fala, afirmou que a investigação teve início ainda no governo Lula, a partir de auditorias internas. Lupi foi enfático:

— Quem roubou aposentado tem que ir preso. Estamos do lado dos segurados e tomando todas as medidas para corrigir esse absurdo.

Diante do escândalo, o governo suspendeu os Acordos de Cooperação Técnica com entidades associadas ao INSS e congelou temporariamente os descontos automáticos nas aposentadorias, até que a legalidade de cada parceria seja reavaliada.

Além disso, a AGU (Advocacia-Geral da União) montou uma força-tarefa com oito advogados públicos para atuar na reparação dos danos, buscando ações judiciais e administrativas que permitam devolver os valores subtraídos aos beneficiários.

A orientação para quem teve descontos irregulares é registrar uma queixa na Ouvidoria do INSS e, depois, solicitar o cancelamento da cobrança diretamente pelo site ou aplicativo Meu INSS, ou presencialmente em uma agência.

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