Crise Diplomática: Venezuela Acusa El Salvador de Violação dos Direitos Humanos

Crise Diplomática: Venezuela Acusa El Salvador de Violação dos Direitos Humanos

Governo Maduro denuncia prisões de deportados como “crime contra a humanidade”

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, declarou nesta segunda-feira (31) que a detenção de venezuelanos em El Salvador, após serem deportados dos Estados Unidos, configura “um crime contra a humanidade”. Segundo ele, a prisão dessas pessoas seria um ato de discriminação por sua nacionalidade.

“El Salvador assinou o Estatuto de Roma, mas o está violando ao deter e deportar venezuelanos. Além disso, eles foram submetidos a tratamento cruel, desumano e degradante. Também foram privados ilegalmente de sua liberdade e tiveram sua integridade física violada”, afirmou Saab em coletiva de imprensa.

O governo de Nayib Bukele, por sua vez, rebateu as acusações e garantiu que os detidos são tratados conforme os padrões de segurança e respeito aos direitos humanos, sem distinção de nacionalidade. Ainda assim, organizações internacionais vêm criticando o sistema prisional salvadorenho, especialmente o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), onde mais de 200 venezuelanos foram encarcerados desde 16 de março.

As autoridades de El Salvador, que receberam US$ 6 milhões dos EUA como parte do acordo de deportação, afirmam que os detidos permanecerão no Cecot por um ano, com possibilidade de prorrogação. Enquanto isso, advogados contratados pelo governo venezuelano tentam reverter a prisão por meio de ações na Suprema Corte de El Salvador, alinhada a Bukele.

A polêmica se intensifica diante da falta de transparência sobre os detidos: nem os Estados Unidos nem El Salvador divulgaram suas identidades ou supostas ligações com atividades criminosas. Saab, por sua vez, nega qualquer envolvimento desses venezuelanos com o grupo criminoso Tren de Aragua, alvo de repressão internacional.

A crise acontece em meio às próprias acusações contra o governo Maduro, que desde 2021 é investigado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade. Além disso, a ONU e a OEA já denunciaram a repressão violenta a manifestantes após as eleições presidenciais de 2024, quando Maduro garantiu sua reeleição em meio a denúncias de fraude.

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