
“Crucificado pela Justiça”: Defesa compara Filipe Martins a Jesus e pede fim das punições
Durante julgamento no STF, advogado do ex-assessor de Bolsonaro afirma que Martins sofre “perseguição” desde fevereiro de 2024 e pede que medidas cautelares sejam anuladas
Durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (22/4), o ex-desembargador Sebastião Coelho, advogado de Filipe Martins — ex-assessor especial do ex-presidente Jair Bolsonaro — fez uma comparação no mínimo polêmica. Ele disse que seu cliente enfrenta uma verdadeira “crucificação”, tal qual Jesus Cristo, desde fevereiro de 2024.
Segundo Coelho, o julgamento contra Martins é fruto de uma perseguição política e deveria ser encerrado imediatamente: “Hoje é o momento de acabar com esse processo de crucificação que Jesus sofreu — e que Filipe vem enfrentando desde 8 de fevereiro. Os ministros têm o poder de pôr fim a isso”, declarou, em tom dramático.
O advogado também alegou que não há qualquer motivo para a continuidade do processo. Reforçou que Martins estava em Ponta Grossa no dia 7 de janeiro de 2023, contrariando uma versão da Polícia Federal que o situava nos Estados Unidos naquele dia.
Coelho ainda pediu que, caso a denúncia seja aceita, pelo menos sejam retiradas as medidas cautelares que ainda pesam sobre seu cliente: “As guerras não importam como começam, mas sempre chega a hora de encerrar. Que seja por um processo de paz, porque, se não houver, todos perdem.”
Martins esteve presente no julgamento, ao lado da esposa e de seus advogados, após receber autorização do ministro Alexandre de Moraes. Evitou falar com a imprensa por conta das restrições impostas pela Corte.
À imprensa, Coelho afirmou que o único motivo de seu cliente estar sob julgamento é sua ligação com o ex-presidente: “Se Filipe não tivesse sido assessor de Bolsonaro, ele sequer estaria sendo julgado hoje.”
Quem são os outros investigados do “núcleo 2” da suposta tentativa de golpe:
A Primeira Turma do STF avalia se aceita denúncia da Procuradoria-Geral da República contra seis acusados de usar a máquina pública para interferir no resultado das eleições de 2022. Entre eles:
- Silvinei Vasques (ex-diretor da PRF);
- Fernando de Sousa Oliveira (ex-subsecretário de Segurança do DF);
- Marcelo Câmara (coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro);
- Marília Alencar (delegada da PF e ex-subsecretária no DF);
- Mário Fernandes (general da reserva).
Segundo a PGR, esse grupo teria agido para dificultar o acesso de eleitores — especialmente no Nordeste — às urnas no segundo turno, em uma tentativa de favorecer Bolsonaro contra Lula.