Cultura: Audiovisual Ganha Espaço no Desenvolvimento Industrial Brasileiro
Alckmin destaca setor como “mina de oportunidades” com mais de 126 mil empregos e impacto significativo no PIB
Em um passo significativo para o setor cultural, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou a inclusão do audiovisual no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) durante o Seminário Economia do Audiovisual e Interseccionalidades, realizado na última segunda-feira (28). O evento, que contou com a presença de autoridades e especialistas, abordou o panorama atual da indústria cinematográfica brasileira e suas perspectivas de crescimento.
“A indústria do audiovisual agora faz parte do CNDI”, confirmou Alckmin, ressaltando que essa demanda foi apresentada pelo Ministério da Cultura (MinC). Ele também mencionou uma parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o MinC para realizar um estudo abrangente que mapeie o setor, avaliando sua dimensão, localização, principais produtos e a contribuição para a geração de empregos e o PIB nacional.
Com essa nova integração, o audiovisual se destaca como um pilar da Nova Indústria Brasil, reconhecido por sua criatividade e pela importância na preservação da memória cultural do país. Alckmin enfatizou a relevância do setor, que já gera mais de 600 mil empregos e deve continuar a crescer. “A economia criativa é vital hoje e será ainda mais no futuro”, declarou.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, reforçou o compromisso do governo com o setor, afirmando que é fundamental implementar políticas estratégicas que explorem o potencial do audiovisual. “É uma mina de oportunidades que precisa se consolidar como uma indústria criativa, abordando aspectos cidadãos, econômicos e democráticos”, destacou.
Alckmin também falou sobre a importância de desenvolver um Plano de Diretrizes e Metas para o audiovisual, além de oferecer os serviços da Apex, que tem a missão de atrair investimentos e promover a cultura brasileira no exterior. “Podemos divulgar nossa arte e conquistar mais espaço no cenário internacional”, argumentou.
O presidente da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Ricardo Capelli, mencionou o aumento da qualidade das produções nacionais, citando exemplos de sucesso como “DNA do Crime”, que se destacou na Netflix. Ele acredita que a indústria audiovisual precisa ser vista como estratégica para a identidade e a economia do Brasil.
Além disso, em junho, o BNDES lançou o Programa BNDES FSA Audiovisual, que disponibiliza R$ 400 milhões em uma nova linha de crédito para impulsionar investimentos no setor. O programa visa enfrentar os desafios de produção e exibição, com foco em infraestrutura, inovação e acessibilidade.
Estudos da Oxford Economics mostram que a indústria audiovisual gerou 126 mil empregos e contribuiu com R$ 24,5 bilhões para o PIB em 2019, com um efeito multiplicador significativo na economia. O seminário, que acontece entre os dias 28 e 30 de outubro, faz parte do processo de elaboração do novo Plano de Diretrizes e Metas do Audiovisual Brasileiro, definindo os rumos do setor para a próxima década.