
CUT convoca base digital para defender Lula em 1º de Maio no berço político do presidente
Sem presença de Lula, ato em São Bernardo do Campo aposta em militância online, shows populares e pautas como fim da escala 6×1 e isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil
O tradicional ato de 1º de Maio organizado pela CUT e centrais sindicais no ABC paulista começou com um pedido direto: fortalecer uma rede de militância digital para blindar o governo Lula nas redes sociais. O evento acontece em São Bernardo do Campo, cidade que marcou o início da trajetória política do presidente, mas que desta vez não contará com sua presença.
Sob críticas por escândalos envolvendo fraudes no INSS e a alta dos alimentos, o governo tenta equilibrar a imagem pública com indicadores positivos, como a queda do desemprego. Ainda assim, dentro do próprio PT há frustração com a dificuldade de comunicar conquistas à população.
Logo na chegada ao Paço Municipal, os participantes eram convidados por telões a se registrar em uma “rede nacional de militância”, com direito a conteúdos pró-governo e promessas de “benefícios exclusivos”. A ideia é mobilizar defensores nas redes para enfrentar o desgaste político e reforçar medidas como a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais — projeto que ainda tramita no Congresso.
Outro tema que ganhou destaque foi o apoio à proposta de fim da jornada 6×1, encampada por Lula em pronunciamento recente e inspirada pelo movimento “Vida Além do Trabalho”. A proposta de emenda constitucional foi apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL) e rapidamente adotada por sindicatos após viralizar online.
Apesar da expectativa de uma “aparição surpresa”, Lula decidiu se ausentar do ato no ABC para dividir atenções com outro evento das centrais em São Paulo. Em 2024, a baixa adesão no 1º de Maio em Itaquera irritou o presidente, que cobrou articulação mais eficiente de seus ministros. Desta vez, ele delegou a presença aos ministros Luiz Marinho (Trabalho), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Cida Gonçalves (Mulher).
Para atrair público, o evento no ABC ofereceu shows de artistas populares como Belo, Pixote e Fernando & Sorocaba. A CUT, no entanto, recusou a estratégia das demais centrais de sortear carros, preferindo o acesso por doação de alimentos. A expectativa era reunir 30 mil pessoas.
Entre os discursos e apresentações musicais, lideranças como os prefeitos de São Bernardo (Marcelo Lima) e Mauá (Marcelo Oliveira), além do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, devem se pronunciar antes da fala do ministro Marinho. A programação, que alterna discursos de 23 sindicatos com apresentações musicais, deve seguir até às 21h.
As principais bandeiras do evento incluem a defesa da isenção do IR, o fim da escala 6×1 e a redução dos juros. A nota conjunta das centrais pedindo o fim da carestia, divulgada no início do mês, ficou de fora do material divulgado no ato.