Dados de operadora mostram celular de Martins no Brasil durante estadia de Bolsonaro nos EUA

Dados de geolocalização do celular de Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), indicam que o aparelho estava no Brasil entre 30 de dezembro de 2022 e 9 de janeiro de 2023.

Segundo a defesa de Martins, que está preso desde fevereiro por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), isso prova que ele não viajou aos EUA com Bolsonaro nesse período.

A suposta viagem é a principal razão apontada por Moraes para manter a prisão de Martins, argumentando que isso demonstraria uma intenção de fuga. O ex-assessor é investigado por envolvimento em uma suposta conspiração golpista, o que ele nega.

Moraes determinou à operadora TIM a entrega dos dados após pedido da defesa. Os dados foram enviados ao STF em 28 de junho e juntados ao processo na última segunda-feira (8). Nesta quarta-feira (10), foram liberados para os advogados.

Conforme registros das antenas que captaram o sinal do aparelho, o celular estava em Brasília em 30 de dezembro, data da viagem de Bolsonaro. No dia seguinte, foi registrado em Curitiba (PR) e depois em Ponta Grossa (PR), cidade natal de Martins, onde permaneceu até 9 de janeiro. A defesa do ex-assessor afirma que ele viajou de avião da capital federal para a capital paranaense e depois seguiu de carro para o município do interior.

Agora, a defesa planeja entrar com um novo pedido de liberdade junto a Moraes. “Não há como refutar isso, pois usaram dados de geolocalização do celular dele para acusá-lo de participação em reuniões. Portanto, se esses dados valem para acusar, também devem valer para defender”, argumenta Ricardo Scheiffer, um dos advogados de Martins.